Ameaçados de extinção, macacos-aranha-de-cara-branca são vistos fugindo de incêndio às margens do Rio Teles Pires em MT


A fuga dos animais de área em chamas foi gravada por pesquisadores que monitoram a espécie há três anos. Macacos-aranha são vistos fugindo de incêndio
Um grupo de cinco macacos-aranha foi filmado fugindo de um incêndio às margens do Rio Teles Pires, em Sinop, na região norte do estado, nessa quarta-feira (16). O macaco-aranha-de-cara-branca está sob ameaça de extinção e conta numa lista das espécies com maior risco de ser extinta no Brasil.
A fuga dos animais foi gravada por pesquisadores que monitoram a espécie há três anos.
O professor de ecologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Sinop, Gustavo Canale, que é presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), que coordena o grupo de pesquisa, afirmou que ainda não é possível dizer o dano que as queimadas estão causando aos macacos, mas que a situação é preocupante.
“Os incêndios são recentes, ainda tem fogo e fumaça e boa parte das áreas não conseguimos permanecer por muito tempo para avaliar em detalhes, mas o cenário inicial já indica sérios danos às populações”, afirma.
Macaco-aranha-da-cara-branca é ameaçado de extinção
Arquivo pessoal
O macaco-aranha está presente nas regiões central e norte de Mato Grosso, chegando até o sul do Pará. Eles são frugívoros e se alimentam nas árvores. São os maiores dispersores de sementes dos frutos grandes na Amazônia.
O alto número de focos de incêndio neste ano destrói as florestas e, consequentemente, ameaça os animais.
De acordo com o pesquisador, há dezenas de grupos de macacos-aranha afetados, mortos ou deslocados de sua área de ocupação original.
O Rio Teles Pires já é impactado por grandes hidrelétricas, além disso, por perda de floresta nas margens e o que sobra da floresta está sendo perdida pelas queimadas, lamenta o professor.
No mês passado, centenas de peixes foram encontrados mortos, em decorrência dos impactos ambientais causados pelas hidrelétricas.
O professor ainda conta que um projeto com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na UFMT está começando para monitorar as áreas de incêndios nesta região norte e no Xingu.
“Seria importante ter o apoio para desenvolver outras ações nas proximidades do Teles Pires”, afirma.

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