Polícia Civil cumpre nove mandados de busca contra ‘guardiões do Crivella’

Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Organizados e Inquéritos Especiais (Draco) realizaram, nesta terça-feira, 1º, a Operação Freedom com o objetivo de cumprir nove mandados de busca e apreensão contra envolvidos no esquema “guardiões do Crivella“. Segundo reportagem da TV Globo, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), paga funcionários para fazer “plantões” nas portas de hospitais e impedir o trabalho de equipes de televisão. Quando os repórteres começam a gravar entrevistas com pessoas que reclamam das condições da saúde municipal, os “guardiões do Crivella“, como é denominado o grupo desses servidores no WhatsApp, interrompem as gravações.

O inquérito, aberto hoje pelo Ministério Público, apura os crimes de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, associação criminosa e advocacia administrativa. Os mandados foram expedidos pelo juízo do plantão noturno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro a pedido da especializada. De acordo com a Polícia Civil, os crimes foram cometidos por servidores públicos contra jornalistas no exercício da função.

Pedido de impeachment

A bancada do PSOL na Câmara Municipal vai apresentar nesta tarde um pedido de impeachment contra o prefeito, conforme anunciou o vereador Tarcísio Motta. O partido vê crime de responsabilidade no ato de Crivella, que participava do grupo e dava incentivo aos servidores. Já Teresa Bergher, do Cidadania, vai pedir a abertura de uma CPI e a exoneração do servidor Marcos Paulo de Oliveira Luciano, espécie de operador dos “Guardiões”. Ele ganha mais de R$ 10 mil por mês dos cofres públicos para gerenciar o esquema de ataques à imprensa. “O prefeito, que vive alegando falta de dinheiro para gerir a cidade, que está abandonada, utiliza recursos públicos para pagar uma milícia de defensores de sua péssima gestão. Paga mais de R$ 3 mil para jagunços ameaçarem jornalistas e constrangerem pacientes que vão buscar atendimento nos hospitais do município”, diz a vereadora. “O funcionário que está por trás dessa milícia tem quer exonerado imediatamente, junto com todo o grupo. É caso de prisão de toda esta milícia. O prefeito deveria gastar este dinheiro com profissionais de Saúde. Uma vergonha. O Rio não merece isso.”

Os pedidos de medidas contra Crivella, que vai tentar a reeleição em novembro, não se limitam à Câmara Municipal. Deputado federal e ex-adversário do prefeito na eleição de 2016, quando ficou em terceiro lugar, Pedro Paulo (DEM-RJ) afirmou que vai entrar com ação popular para apuração dos gastos com os servidores, além de apresentar os indícios de irregularidades nos âmbitos administrativo e criminal ao MP. A investigação do Ministério Público foi aberta pela Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, com apoio do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim).

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