O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinalizou ser favorável à prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano no valor de R$ 300. A redução vai valer para os meses de setembro a dezembro. A extensão do benefício vai ser enviada ao Congresso Nacional em forma de Medida Provisória, que tem força imediata de lei, mas precisa ser aprovada pelo parlamento em até 120 dias. Rodrigo Maia disse que ainda vai escolher com calma um relator para a medida e que, apesar da importância do tema, não tem pressa para acelerar a tramitação na Câmara. Para ele, manter o auxílio em R$ 600 até o final do ano causaria um forte impacto nas contas públicas. Maia foi questionado se há algum risco de o Congresso ser responsabilizado pela redução no valor e pelo posterior fim do auxílio emergencial. Para ele, era inevitável encerrar o programa com um valor menor.”Em algum momento o auxílio emergencial tinha que acabar”, disse.
A maioria dos líderes partidários, mesmo os que não fazem parte da base aliada do governo, recebeu o novo valor com naturalidade. Como mostra o líder do Partido Social Liberal (PSL) no Senado, Major Olímpio. “Eu entendo que o governo esticou a corda ao máximo. Não em mais recursos e chegou no que era possível. Então é o que tem para hoje, é a possibilidade do governo para atender essa necessidade das pessoas mais carentes”, explica. Porém, deputados de oposição dizem que vão tentar restabelecer os R$ 600 quando a medida provisória for debatida. O deputado José Guimarães (PT) criticou a decisão do governo. “As famílias que moram no interior do Estado e nas periferias das grandes cidades como terão o orçamento reduzido para R$ 300? O auxílio emergencial de R$ 600 estava movimentando a economia local, por isso a economia respirou um pouquinho em 2020”, reforça. A tendência inicial é que a medida provisória com a nova prorrogação do auxílio, que ainda não foi enviada, só seja analisada pela Câmara e pelo Senado mais perto do fim do ano, e que seja chancelada a proposta de redução do valor. Hoje, predomina no Congresso a visão de que manter os R$600 deixaria o endividamento público sem controle.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
Compartilhe