Flordelis usou suas redes sociais pela primeira vez após ter sido apontada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Civil como mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, que ocorreu em 16 de junho do ano passado. O pastor foi executado com mais de 30 tiros na porta da casa do casal em Pendotiba, Niterói, Rio de Janeiro. A deputada negou qualquer envolvimento com o crime e criticou a cobertura da imprensa: “Muito tem sido dito na mídia, das formas mais cruéis, sem que eu tenha qualquer chance de defesa. Estou sendo condenada, sem nem ter direito a julgamento. Eu não tenho o que esconder, eu não mandei matar o meu marido. Se alguém perdeu com a morte dele, fui eu, ele era tudo pra mim, meu companheiro que me ajudava e me guiava, inclusive em todos os aspectos práticos da vida. Olhem para a minha trajetória até agora, não há nada do que possam me acusar, sempre fui uma serva de Deus, vivendo o caminho que Ele traçou para mim. Antes de me sentenciarem, me deem o direito de defesa. Eu sei que a verdade vai prevalecer.
A Operação Lucas 12 prendeu 5 dos 55 filhos da deputada federal Flordelis e apontou a parlamentar como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, os procuradores revelaram uma série de evidências que ligam a deputada à morte de Anderson, que ocorreu em 16 de junho do ano passado. Segundo os investigadores, ela tentou assassinar o pastor pelo menos seis vezes por envenenamento, além de contratar pistoleiros em outras duas ocasiões. Flordelis e Anderson eram os fundadores da igreja Ministério Flordelis – Cidade de Fogo e, de acordo com os promotores, a deputada e pastora não estava satisfeita com a forma como Anderson estava conduzindo a igreja e as finanças da família, o que levou ao planejamento do assassinato. Na operação, cinco filhos de Flordelis e Anderson foram presos – ela não – por exercer mandato, a pastora conta com imunidade parlamentar e só poderia ser presa em flagrante de crime inafiançável. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que a deputada será desfiliada do partido.
‘Organização criminosa’ e tentativas de envenenamento por arsênico
A Polícia Civil descreve a família de Flordelis e Anderson, formada em maior parte por filhos adotivos, como “uma organização criminosa intrafamiliar”, apesar das diversas demonstrações de união entre os membros. “O inquérito traz a desconstrução dessa imagem de decência (da deputada), de pessoa caridosa. Ela vendia esse enredo para conseguir chegar à Câmara dos Deputados, e depois tratar essa pessoa (Anderson) como objeto descartável”, disse o delegado Allan Duarte, titular da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. As investigações apontaram ainda que a deputada vinha tentando envenenar o marido com arsênico desde 2018, que era adicionado à comida e às bebidas do pastor “de forma dissimulada”. Anderson chegou a ser hospitalizado com quadros de vômito e diarreia.
Em 2009, a vida de Flordelis foi retratada em filme. ‘Flordelis: Basta Uma Palavra Para Mudar’ contou com elenco de atores globais como Reinaldo Gianechinni, Letícia Sabatella, Cauã Reymond, Deborah Secco e Fernanda Lima, além da própria pastora, que conta passagens da sua vida na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e detalha algumas das adoções e ajudas que diz ter promovido entre as pessoas da comunidade. “Convivendo com a violência numa comunidade carioca, Flordelis se depara com a desesperança das mães dos jovens recrutados pelo crime. A moça encontra na fé evangélica uma forma de resgatá-los da marginalidade”, diz a sinopse.
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