O vazamento de uma barragem do grupo Gerdau, em Ouro Preto, afetou dois cursos d’água nos arredores. O acidente aconteceu na manhã do dia 28 de agosto na região central de Minas Gerais. Técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) verificaram que o material poluente, composto por água e rejeitos de minério de ferro, verteu da Barragem de Alemães e atingiu o córrego dos Alemães e o Ribeirão Mango, na altura do distrito de Miguel Burnier. Até a manhã desta quarta-feira, 2, nem o volume de material que vazou, nem uma estimativa sobre a quantidade de resíduos que pode ter chegado aos cursos d´água tinham sido divulgados. Especialistas estão avaliando se parte do sedimento mineral se acumulou no fundo e nas margens do córrego ou do ribeirão.
Em nota, a Feam informou que está apurando a dimensão do prejuízo ambiental, e que irá autuar a Gerdau. Segundo a fundação, a empresa, assim que identificou o vazamento, adotou medidas de contenção no mesmo dia do incidente. Somente no dia seguinte os técnicos do Núcleo de Emergência Ambiental da Feam inspecionaram o local. A barragem, no entanto, tinha sido vistoriada dois dias antes do vazamento, garante a Feam. Amostras de água e de sedimentos foram recolhidas do Ribeirão Mango e do Rio Itabirito. Ontem, técnicos da Feam estiveram em comunidades próximas à barragem a fim de apurar a extensão dos danos causados pelo vazamento.
O que diz a Gerdau?
Em nota, a Gerdau informou que a dispersão do “pequeno volume de rejeitos”, que passou pelo extravasor operacional da Barragem dos Alemães, foi rapidamente contida graças ao uso de boias, e o ocorrido foi informado aos órgãos competentes. Ainda segundo a empresa, o vazamentcoo não tem qualquer relação com a estrutura ou segurança do empreendimento. “A Gerdau reforça que segue rigorosamente toda legislação ambiental e de segurança da estrutura. A empresa está alocando todos os recursos necessários para a identificação de eventuais impactos, inclusive a limpeza dos resíduos, se necessário”.
De acordo com a Feam, a Barragem de Alemães é uma das estruturas existentes em Minas Gerais que devem ser descaracterizadas por não mais se enquadrar nos novos critérios de funcionamento. Pela Lei estadual nº 23.291/2019, os responsáveis por barragens de contenção de rejeitos ou resíduos alteadas pelo método a montante, que estejam inativas ou em operação, deverão descaracterizá-las até fevereiro de 2022. Alemães é uma dessas estruturas e, segundo a fundação estadual, seu projeto de descaracterização já foi apresentado às autoridades ambientais.
*Com Agência Brasil
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