A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu nesta sexta-feira, 4, ser mais provável que a população precise esperar até o meio de 2021 para que sejam realizadas campanhas de vacinação em massa contra o novo coronavírus, que provoca a Covid-19. “Em termos realistas, não esperamos ver vacinações em massa até meados do próximo ano”, disse a porta-voz da agência, Margaret Harris, em entrevista coletiva. A representante da OMS admitiu que existe um perigo em “alimentar falsas esperanças”, pelo risco de aumentar a falta de cuidado da população. Ela citou declarações de Jair Bolsonaro e Donald Trump, presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente, que minimizaram a propagação do vírus. “Lembremos que, no início dessa pandemia, muitos diminuíram a importância e diziam que passaria logo. Essa atitude nos levou a tempos muito difíceis”, explicou a porta-voz da agência.
A representante da OMS destacou que, atualmente, existem de seis a nove candidatas à vacina em fase avançada de pesquisa, algumas já na terceira fase dos testes clínicos, a última antes de uma autorização para distribuição. No entanto, Harris reconheceu que existe uma confusão sobre prazos de disponibilidade das eventuais vacinas, devido ao grande número de informações sobre a corrida da indústria farmacêutica para desenvolvê-la. Segundo a porta-voz da OMS, as esperanças acabam sendo alimentadas pela divulgação de que pessoas estão sendo vacinadas dentro das etapas de testes, mas que ainda não se sabe se a imunização acontece nos voluntários. “Os diferentes grupos de pesquisa estão vacinando pessoas, mas nestes momentos, não temos um sinal claro de que se chegou a um nível de eficácia e segurança suficiente”, explicou.
A representante da OMS explicou, ainda, que diante dos recursos colocados nas pesquisas sobre as eventuais vacinas, é de se esperar que mais de uma seja disponibilizada no mercado, sendo utilizadas em diferentes grupos de população. China e Rússia garantem ter produzido vacinas eficazes contra o patógeno e apontaram que começaram a aplicar na população ou estão perto de fazer isso, embora a terceira fase de testes ainda não tenha sido concluída nos dois casos. Harris não pode confirmar se a OMS recebeu os dados científicos que foram solicitados às autoridades russas, sobre a ferramenta de imunização que foi elaborada. Na quinta-feira, a OMS divulgou novo boletim da Covid-19, contabilizando 25,8 milhões de casos da doença no mundo desde o início da pandemia. Já as vítimas da doença está em 858.629. Ao mesmo tempo, a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, confirma mais de 26 milhões de infeções pelo coronavírus. Segundo dados do estudo, 26.331.492 pessoas já foram contaminadas pelo coronavírus em 188 territórios e nações do mundo. Ao todo, de acordo com a universidade, são 869.290 mortes causadas pela Covid-19.
*Com Agência EFE
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