Messi anuncia que fica no Barcelona: ‘Nunca iria ao tribunal contra o clube que amo’

É o fim da novela! Lionel Messi anunciou na tarde desta sexta-feira, 4, que não deixará o Barcelona na atual janela de transferências e que permanecerá no clube catalão até o final do seu contrato, válido até 30 de junho de 2021. Em conversa com o “Goal.com”, o craque explicou que, embora tenha enviado um burofax, recurso utilizado na Espanha para o envio de documentos urgentes pelo correio, para executar a cláusula de rescisão unilateral, mudou de ideia e não quer sair no meio de um escândalo jurídico do clube de sua vida. “Nunca iria ao tribunal contra o Barça porque é o clube que amo, que me deu tudo desde que cheguei”, disse. Messi alegou que Josep Maria Bartomeu, presidente do Barça, havia comentado que ele poderia deixar o Camp Nou no final da temporada 2019/20, mas que o mandatário mudou de ideia. “Eu pensava e tinha certeza que estava livre para sair, o presidente sempre dizia que no final da temporada eu poderia decidir se ficava ou não”, comentou. “Agora eles se agarram ao fato de que eu não disse isso antes de 10 de junho, quando descobrimos que em 10 de junho estávamos competindo pela La Liga em meio a esse terrível coronavírus e essa doença mudou toda a temporada. E é por isso que vou continuar no clube. Agora vou continuar no clube porque o presidente me disse que a única maneira de sair era pagando a cláusula de  700 milhões de euros, o que isso é impossível”, completou.

De acordo com Messi, ir ao tribunal contra o Barcelona nunca foi uma opção. “Havia outra maneira de sair e era ir a julgamento. Nunca iria ao tribunal contra o Barça porque é o clube que amo, que me deu tudo desde que cheguei. É o clube da minha vida, eu fiz minha vida aqui. O Barça me deu tudo e eu dei tudo. Eu sei que nunca passou pela minha cabeça levar o Barça ao tribunal”, comentou. “Amo Barcelona e não vou encontrar lugar melhor do que aqui. Mesmo assim, tenho o direito de decidir. Eu iria procurar novos objetivos e novos desafios. E amanhã posso voltar, porque aqui em Barcelona tenho de tudo”, acrescentou. Na entrevista, Messi também relatou o drama dentro de sua casa após comunicar a família da sua vontade de deixar o Barça. “Toda a família começou a chorar, os meus filhos não queriam sair de Barcelona, ​​nem queriam mudar de escola”, lembrou o argentino, que tinha como ideia sair da equipe blaugrana para voltar a conquistar taças. “Olhei mais longe e quero lutar ao mais alto nível, ganhar títulos, disputar a Champions League. Você pode ganhar ou perder, porque é muito difícil, mas você tem que competir. Pelo menos competir e não nos desintegrar em Roma, Liverpool , Lisboa. Tudo isso me levou a pensar naquela decisão que eu queria tomar”, afirmou.

O camisa 10 do Barça ainda aproveitou o momento para criticar a gestão de Josep Maria Bartomeu. “Queria um projeto ganhador, ganhar títulos com o clube para seguir aumentando a lenda do Barcelona a nível de títulos. A verdade é que há tempos que não há projeto nem nada. Vão fazendo malabarismos e tapando goteiras a medida que vão acontecendo as coisas”, falou Messi, que se comprometeu a lutar por títulos nesta última temporada. “Vou continuar no Barça e a minha atitude não vai mudar, por mais que eu tenha desejado sair. Eu farei o meu melhor. Sempre quero ganhar, sou competitivo e não gosto de perder nada. Sempre quero o melhor para o clube, para o vestiário e para mim. Eu disse na época que não dava para ganharmos a Champions League. Na verdade, agora não sei o que vai acontecer. Existe um novo treinador e uma nova ideia. Isso é bom, mas depois temos que ver como a equipe responde e se dará ou não para competir. O que posso dizer é que vou ficar e dar o meu melhor”, arrematou.

Desta forma, Messi encerra o principal assunto da imprensa esportiva mundial dos últimos dias. Após o Barcelona ser massacrado pelo Bayern de Munique nas quartas de final da Liga dos Campeões, o argentino comunicou a diretoria de que acionou uma cláusula que permitia a sua rescisão contratual sem custos. O clube, no entanto, afirmou que o prazo para acionar este dispositivo do contrato já havia expirado e que o jogador só deixaria o Camp Nou mediante ao pagamento da multa de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,3 bilhões) – algo que foi corroborado pela própria La Liga, organizadora do Campeonato Espanhol. Ainda nesta sexta-feira, Jorge Messi, pai e agente do craque argentino publicou uma carta, onde rebatia as declarações da La Liga, dizia que a entidade era “parcial” e afirmava que era possível rescindir o contrato com o Barça unilateralmente, já que a cláusula seria válida até o final da europeia 2019/20, e não até 10 de junho, quando os torneios deveriam se encerrar – o calendário foi “esticado” devido à paralisação dos jogos provocada pela pandemia da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Há vinte anos no Barcelona, Messi conquistou 34 títulos no clube, sagrando-se o maior artilheiro da história da equipe e levando seis troféus de melhor do mundo no período. Suas principais taças com o time blaugrana são as da Champions League, do Campeonato Espanhol e do Mundial de Clubes. A partir de 1º janeiro, Lionel Messi ficaria livre para assinar um pré-contrato com qualquer outro time, já que seis meses depois não teria mais vínculo com o Barcelona. Aí, no entanto, o destino pode ser Manchester City de Pep Guardiola, time que observou o desenrolar da novela e que deseja contar com o astro.

 

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