O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse, em entrevista ao Pânico nesta quinta-feira (13), que o governo federal vai respeitar a democracia. “O que ocorre com o Brasil não é o que o Jair Bolsonaro quer, é o que é possível. Existe um Congresso eleito e o presidente tem de lidar com isso”, explicou. “A outra alternativa nem passa pela nossa cabeça”, garantiu em relação a um golpe de Estado ou algo do tipo. Ele ainda criticou os detratores do presidente que diziam que o capitão reformado poderia implantar uma ditadura no país caso eleito. “Aqueles que diziam que o Bolsonaro faria uma ditadura ficam calados com as ações de outros poderes”, reclamou, falando sobre ações do Supremo Tribunal Federal (STF) que ele julga ruins.
O parlamentar criticou o inquérito das fake news, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes e que provocou prisões de apoiadores de Bolsonaro. “O que o Alexandre de Moraes está fazendo é escandaloso”, disse. “O problema é qual medida pode ser tomada para acabar com essas tentativas de calar os conservadores”, continuou. Ele reconheceu que a governabilidade do pai é complicada e não será fácil implantar no país as coisas que ele quer. “A gente vai ter que engolir alguns sapos até ter o cenário ideal para colocar as mudanças que buscamos”, admitiu. Eduardo Bolsonaro ainda afirmou que o STF tem 11 ministros que pensam de maneiras diferentes e não pode ser generalizado, mas que a Corte está em descrédito. “Se você perguntar nas ruas a credibilidade do STF, certamente vai ouvir muitas críticas.”
Moro e Queiroz
Ainda na entrevista, o deputado federal criticou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Para ele, Moro não será páreo para Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. “Acho que ele não é um oponente dos mais fortes”, disse. Eduardo não lamentou a saída do ex-ministro do governo e afirmou que ele agiu de maneira inesperada. “O que moro fez não se faz”, declarou, dizendo que o ex-juiz federal cometeu uma traição ao “sair atirando”. O parlamentar, no entanto, reconheceu que Moro fez um trabalho importante conduzindo a operação Lava Jato no Judiciário e vai continuar tentando queimar a imagem do presidente até as próximas eleições.
Em relação ao caso envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do irmão dele, Flávio Bolsonaro, Eduardo disse que está tranquilo. “Sinceramente, nem ligo mais para o caso Queiroz”, afirmou. Ele criticou o fato de detalhes do processo serem divulgados pela imprensa. “Nunca vi um processo sigiloso que toda semana vaza alguma coisa”, ironizou. “Agora vão contestar até o troco de bala do Queiroz ou do Flávio Bolsonaro”, continuou, dizendo que o objetivo é atingir o pai deles. “Acredito na inocência do meu irmão, mas até que o processo seja extinto, vão explorar cada centavo disso, tentando nos comparar aos bilhões de ladroagem do governo Lula”, resumiu Eduardo Bolsonaro.
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