Mourão nega atritos com Salles e se compromete a reduzir queimadas na Amazônia em setembro

Nesta sexta-feira, 4, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reconheceu as dificuldades do governo no combate às queimadas e ao desmatamento na Amazônia. A declaração foi dada na véspera do “Dia da Amazônia”, comemorado neste sábado, durante o evento online “Retomada Verde”, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. Aos jornalistas, Mourão lamentou que as Forças Armadas não tenham atuado antes no combate à devastação na floresta. “Ano passado, quando terminamos a Operação Verde Brasil 1, de combate as queimadas, devíamos ter permanecido no terreno com aquela forca constituída para já de imediato entrar de cabeça no combate ao desmatamento. Fomos entrar tarde, e já com o ápice maior da pandemia”, afirmou.

Segundo Mourão, o papel dos militares é apoiar os órgãos ambientais na fiscalização. O vice-presidente também se comprometeu a reduzir as taxas de desmate e incêndios na Amazônia já em setembro. Segundo dados  da Embrapa, o total de queimadas registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no País até o dia 3 de setembro de 2020 foi de cerca de 94 mil, o mesmo número do ano passado. O período compreende, inclusive, o mês de agosto, tradicionalmente recordista em números de queimadas, por ser o mais seco do ano. Na verificação separada dos biomas brasileiros, observa-se que houve uma redução de 7% das queimadas na Amazônia em 2020 (45.065) em relação ao mesmo período do ano passado (48.722).

Na live, Mourão negou haver atritos com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles após divergência por causa de verbas para a proteção ambiental.  “O ministro tem sido parceiro constante nessa atividade e os dois grandes órgãos de fiscalização, o IBAMA e ICMBio, são diretamente subordinados a ele. Ele tem trabalhado intensamente nessa questão”, disse. Em relação à negociação do acordo de livre comércio com a União Europeia, Mourão minimizou a importância do desmatamento e disse se tratar de apenas “mais um ruído”. O vice-presidente tem agido para tentar mudar a imagem da política ambiental do governo no exterior, onde a gestão Jair Bolsonaro é alvo de críticas.

* Com informações da repórter Letícia Santini

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