Uma mudança na cobrança do valor das passagens do Bilhete Único Vale-Transporte surpreendeu os usuários dos ônibus no transporte público de São Paulo desde o início da semana. O valor cobrado, que era de R$ 4,40, preço da passagem comum, passou para R$ 4,83. Sem informações sobre um eventual aumento, a população ficou confusa. A designer de sobrancelhas Luana Barrelli, de 23 anos, notou a diferença da cobrança logo após a empresa onde trabalha depositar o vale-transporte diretamente no cartão. “Notei que algo estava errado, pois estava faltando. Comecei a reparar que, quando passava na catraca, aparece o valor de R$ 4,83”, conta ela, que tentou entrar em contato com a SPTrans, sem sucesso.
“Tentei pelo app, pelo site, mas só funciona indo ao posto. Ainda não tive tempo de ir, mas terei que colocar dinheiro para dar para o mês todo”, lamenta. “Pode parecer bobo, mas R$ 0,43 todos os dias, duas vezes por dia, é uma grana”. O mesmo aconteceu com Thiago Kazuo. “Saí para trabalhar na quarta-feira pela manhã e, quando fui passar meu bilhete, descontou R$ 4,83. Fui pesquisar e vi que não era só o meu, tinha ocorrido com outros passageiros”, relata. As críticas e dúvidas se repetem nas redes sociais. Por que, afinal, o valor cobrado no vale-transporte aumentou?
Em nota, a SPTrans informou que o transporte público não está mais caro na capital, e que se trata de um processo de atualização. Nele, os equipamentos mostram o valor “real” das tarifas de vale-transporte para ônibus, que é de R$ 4,83 desde janeiro de 2020. Ou seja: as empresas pagavam por R$ 4,83, mas o visor dos equipamentos mostrava R$ 4,40. “A SPTrans esclarece que o sistema de validadores dos ônibus municipais e das estações do Expresso Tiradentes, do Metrô e da CPTM está em processo de atualização. Com o novo procedimento, os equipamentos estarão habilitados para mostrar os valores reais das tarifas de vale-transporte para ônibus, que é de R$ 4,83 desde janeiro de 2020.”
“Desde 2019, a Prefeitura decidiu deixar de subsidiar o vale-transporte, já que ele constitui uma obrigação dos empregadores, conforme a legislação trabalhista. Sendo assim, os recursos municipais deixaram de ser destinados ao cumprimento de um encargo que não cabe à população. Os recursos obtidos com o vale-transporte são utilizados para custear o sistema de transporte por ônibus da cidade”, diz o texto. “Vale ressaltar que, desde então, o trabalhador não paga nada a mais com a mudança, já que o desconto na folha de pagamento continua sendo de no máximo 6% do seu salário.” A tarifa comum, fora do vale-transporte, permanece no preço informado de R$ 4,40.
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