Estresse e ansiedade durante a pandemia tem aumentado casos de bruxismo

Queixas de dores na região bucal e na mandíbula têm sido recorrentes em consultórios médicos e dentários. A causa pode ser o bruxismo, que tem atingido mais pessoas desde o início da pandemia da Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos brasileiros sofrem com o problema, que é caracterizado pelo ranger dos dentes e aperto das arcadas dentárias. A empresária Sabrina Ribeiro Rossetto, que convive com a síndrome há quase 15 anos, diz que sente os sintomas piorarem em momentos de grande estresse.

“Eu não sabia porque estava quebrando meu dente, não percebo à noite, tanto que meus dentes de baixo são meio tortinhos. Tento cuidar ao máximo, mas pela minha ansiedade, por eu ser elétrica, eu trabalho com comércio, então imagina essa época [pandemia] que a gente passou… Eu sinto piora quando me dá um pouquinho de dor de cabeça, quando eu começo a sentir meus dentes mais sensíveis”, conta Sabrina.

Se não tratado, o bruxismo também pode resultar na quebra dos dentes, enxaquecas, dores na mandíbula, pescoço e nas articulações do rosto. A dentista Caroline Castilho explica que é comum que a síndrome seja agravada em períodos de estresse e ansiedade, que foram agravados na pandemia. “O bruxismo é causado muitas vezes pelo estresse. Então a pessoa relata que está com muita dor de cabeça, que não está conseguindo abrir direito a boca, que está com os dentes sensíveis… E está muito relacionado com a parte sentimental, estresse, tudo o que a gente está vivendo hoje em dia, estamos vivendo uma insegurança. Mas ela deve procurar um profissional para conseguir controlar isso”, explica.

A especialista destaca que não há cura para o bruxismo, e que o tratamento envolve o uso de uma placa dentária em acrílico para dormir. Outra alternativa é o uso de botox, além de métodos de relaxamento, como praticar esportes, ler e ouvir música, que também podem ajudar a diminuir a ansiedade.

* Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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