Mercado voltado para reverter o envelhecimento pode valer 600 bilhões de dólares em 2025


Na semana passada, encontro on-line reuniu pesquisadores e investidores do mundo todo O 7º. Aging Research & Drug Discovery Meeting aconteceu na semana passada, entre terça e sexta-feira, reunindo pesquisadores do mundo todo cujo campo de atuação é o envelhecimento e as drogas que podem retardar ou reverter o processo. Foram dezenas de apresentações on-line que mostram como o segmento vem crescendo sem parar. O português João Pedro de Magalhães, professor da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, afirmou que o Bank of America estima que esse mercado valerá 600 bilhões de dólares em 2025. Em 2014, eram cerca de 20 empresas buscando soluções nessa área. Atualmente, estão listadas 55 e há mais de 2 mil drogas voltadas para o mercado da longevidade.
Investidores marcaram presença e, no último dia do evento, Sergey Young, fundador do Longevity Vision Fund, fez uma análise do cenário que se descortina: “há abundância de capital, de grandes farmacêuticas, empresas de investimento e gigantes de tecnologia, que se casa perfeitamente com as mudanças demográficas. O número de idosos vai dobrar nos próximos 25 ou 30 anos. Além de a idade significar risco aumentado para doenças crônicas, o estilo de vida pouco saudável piora a situação. A tecnologia vai possibilitar uma mudança conceitual, com abordagem personalizada e o uso de inteligência artificial para detecção precoce e diagnóstico. Além disso, teremos a medicina genômica como um divisor de águas: edição de genes, terapias de células-tronco e regeneração de órgãos através de transplantes de suínos”.
Idosas dançando: mercado das drogas que podem retardar ou reverter o envelhecimento está em expansão
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Young afirmou que gigantes como Google e Apple estão com a faca e o queijo na mão: dispõem de dinheiro, um volume enorme de dados e cultura de inovação. Embora o que algumas empresas propõem soe como ficção, a ciência já avançou muito na engenharia genética, com o objetivo de curar doenças através da tecnologia chamada CRISPR, (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats). A técnica permite cortar o DNA, desativar genes, adicionar novos ou alterar suas funções – e é mais ou menos isso que os especialistas pretendem fazer com idosos que tenham a carteira recheada para se submeter a tais tratamentos.
Em 2013, pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard demonstraram, em camundongos, que é possível reverter efeitos do envelhecimento através do aumento dos níveis do composto orgânico nicotinamida adenina dinucleótido (NAD), encontrado nas células de todos os seres vivos e que tem um papel importante na produção de energia. A genética de centenários também vem sendo estudada em diversos centros de pesquisa, para se entender melhor que tipo de “proteção” esses indivíduos carregam em seu genoma. No entanto, ninguém – e especialmente os que não pertencem a essas famílias longevas – deve perder de vista o mantra para garantir qualidade de vida na velhice: exercício, boa alimentação, horas de sono, manter o cérebro afiado e uma rede de relações sociais de apoio e afeto.

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