Muito além do uso de máscaras, álcool em gel e os cuidados ao lavar as mãos, a pandemia da Covid-19 também ampliou a atenção para os cuidados com a saúde mental. A plataforma de atendimento online Psicologia Viva aponta que a média de consultas diárias subiu de 350 para quase duas mil desde março. O Conselho Federal de Psicologia também viu o número de profissionais disponíveis aumentar com 90 mil novos registros só no período da quarentena. A administradora de empresas Rejane Fontelle de Moraes procurou pelas consultas online depois de ter ansiedade, depressão e crises de pânico ainda no início da pandemia. “Foi uma mudança, assim, muito brusca para todo mundo. Eu comecei a sentir cosias muito estranhas, eu comecei a sentir muito medo de sair de casa, muito pânico, eu achava que seu eu saísse ia ficar sem respirar ou morrer. Eu achava que se eu saísse eu ia me contaminar e contaminar todo mundo”, conta.
O mesmo aconteceu com a empresária Fernanda Leite Alonso, que, apesar de já fazer terapia há alguns anos, sentiu necessidade de aumentar o número de consultas durante a quarentena. “Eu tive muita insônia, a gente tem crises de ansiedade. E durante esse período de pandemia eu intensifiquei as minhas sessões por conta do momento em que eu estava passando e do que, na verdade, eu tinha que refletir”, afirma a empresária. A psicóloga Luciene Bandeira explica que a mudança brusca na rotina das pessoas fez com que elas desenvolvessem ou voltassem a crises de ansiedade e outros tipos de transtornos psicológicos. “Pessoas que já tinham o transtorno de ansiedade tiveram o transtorno agravado. Pessoas que viviam um nível de estresse grande ou que viviam uma vida muito agitada e tiveram esta freada também por causa da pandemia, estas pessoas que não tinham o sintoma de ansiedade manifesto, acabaram manifestando”, explica. De acordo com a plataforma Psicologia Viva, as buscas pelos temas “ansiedade”, “problemas familiares” e “cuidado com os filhos” subiram 6% durante a pandemia. Já a procura pelo termo “insônia” aumentou 9% e as pesquisas sobre “isolamento social”, que eram praticamente nulas, atualmente estão em 12%.
*Com informações do repórter Beatriz Manfredini
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