O crescimento dos casos de coronavírus no Reino Unido virou exponencial nos últimos dias e acendeu o alerta no governo. Segundo cientistas do gabinete conservador, o país relaxou demais depois do fim da quarentena e o impacto nas estatísticas é evidente. No fim da semana passada o país registrava pouco mais de mil novos casos de Covid-19 por dia. Na última segunda, dia 7, foram cerca de três mil casos — mesma marca registrada no domingo (6). A taxa de reprodução do vírus está acima de um, o que coloca a situação muito perto de sair do controle novamente.
Os cientistas do governo insistem que este é um período arriscado, a média diária de casos novos é a mais alta desde o fim de junho. A maior parte das contaminações, no entanto, está acontecendo na faixa etária entre 17 e 21 anos. E como os jovens sofrem menos com o Covid-19, as internações e mortes por conta da doença continuam em um patamar baixo. O problema é que os jovens também transmitem mais por estarem se expondo mais — e podem acabar levando o vírus para pessoas mais velhas.
De maneira geral, o movimento nas ruas e no transporte público de Londres está crescendo lentamente nas últimas semanas — mas é possível perceber que as regras de distanciamento social estão sendo descumpridas pela maioria. Nem mesmo os estabelecimentos comerciais têm mostrado o mesmo empenho das primeiras semanas de flexibilização. Em tese, pubs e restaurantes deveriam estar coletando os dados de todos os frequentadores para ajudar a rastrear novos casos de Covid-19 — mas são raros os que fazem isso de maneira sistemática e confiável.
Enquanto isso, a Espanha se tornou o primeiro país da União Europeia a ultrapassar a marca dos 500 mil casos de coronavírus. O país registrou mais de 26 mil casos novos entre sexta-feira e ontem, o que confirma o ritmo acelerado de contágio por lá. É verdade que, via de regra, os europeus estão testando a população em um volume muito maior que no início da pandemia — mas é inegável que o Covid-19 continua circulando pelo continente em um nível que não permite falar em recuperação econômica plena tão cedo.
Compartilhe