Após o presidente Jair Bolsonaro falar, durante pronunciamento em rede nacional nesta segunda-feira, 8, que o País “nunca abrirá mão de valores como a soberania, democracia e liberdade”, e que se compromete com a Constituição, em comemoração ao feriado de 7 de setembro, os comentaristas do 3 em 1, da Jovem Pan, analisaram as falas do presidente. Para Rodrigo Constantino, o presidente não celebrou “o golpe militar”, mas sim “exaltou o patriotismo, o lado heroico do brasileiro” durante seu discurso. Durante a fala, Bolsonaro citou também os anos 60 “quando a sombra do comunismo ameaçou o Brasil”. “Milhões de brasileiros identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas foram as ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada. O sangue dos brasileiros sempre foi derramado por liberdade. Vencemos ontem, estamos vencendo hoje e venceremos sempre”, afirmou. Para Constantino, no entanto, “a fábrica de fake news está a todo vapor e tenta impor outra narrativa”. “Mas as pessoas fora da bolha percebem o truque, percebem a tentativa de encaixar outra narrativa, como o ex-presidente Lula. Ele inverte totalmente as coisas e acha que vai convencer alguém de fora da patota do PT”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um vídeo durante o feriado de 7 de setembro e afirmou que o Brasil passa por um dos piores momentos da história. Segundo ele, Bolsonaro aproveita “o sofrimento coletivo para sorrateiramente cometer um crime de lesa-pátria”.
Na análise de Thaís Oyama, “não é novidade alguma” a fala do presidente desta segunda. “Ele já havia falado coisa bem pior antes. Não me espanta. Essa corrente do nacional populismo vem sendo objeto de estudos recentes e todos os estudiosos relatam que os expoentes e os apoiadores desse movimento não se enxergam como ameaças à democracia, à moda deles, sem Supremo e Congresso atrapalhando tanto e por plebiscitos. Eles não se enxergam como contrários à democracia. Os estrategistas do governo mostram isso e dizem o tempo todo que ‘o poder emana do povo’, mas, pela Constituição, o povo legitima o governante eleito pelo voto, e isso é só mais um equivoco do bolsonarismo”, avaliou. Para ela, a fala do ex-presidente Lula foi “claramente o lançamento de uma pré-candidatura para 2022”. “O Lula está cada vez mais confiante que vai ter a suspeição do Moro no STF e vai se tornar ficha limpa. Ele, inclusive, disse que está à disposição do Brasil, mas não sei se tem alguém perguntando isso. O que Lula faz é chamar o reduto dele de volta e está mandando um recado a Bolsonaro”, disse. Segundo Josias de Souza, o presidente “atravessou o 7 de setembro como se fosse o próprio hino nacional, como se ele simbolizasse esse patriotismo. Ele incorporou o comportamento dos generais que presidiram o Brasil na época da Ditadura”. Para ele, o patriotismo de Bolsonaro “se abriga em uma realidade paralela”. “O presidente tinha 33 anos quando a sua carreira militar desmoronou. Ele passou mais tempo como político do que como militar e logo no início do seu mandato se enrolou com as traficâncias do assessor Fabrício Queiroz. Nada disso orna com a pose de patriota limpinho”.
Assista à íntegra do 3 em 1 desta terça-feira, 8:
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