O presidente da comisso especial da reforma tributária ainda acredita em votação no Congresso Nacional antes do final de 2020. O senador Roberto Rocha se diz realista, e não simplesmente otimista, e espera votar na comissão em 7 de outubro e levar o texto, na sequência, para análise das casas legislativas. “Se não a gente vai ficar nisso como? Vai ficar eterno, vai passar este ano, passa o outro ano e nunca vai se promover uma reforma tributária que não pode ser restrita. Ela também não pode ser para o governo federal, nem para os estados e municípios, sem para o [setor] privado. Ela tem que ser uma reforma para o Brasil”, argumenta. Roberto Rocha minimiza embate entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a o ministro da Economia, Paulo Guedes como um complicador para a celeridade na discussão.
Autor da proposta na Câmara, a PEC 45, o economista Bernard Abi analisa o impacto da alteração tributária. “Um estudo divulgado a dois meses estima o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] potencial em 15 anos, com a aprovação da PC 45, em 20 pontos percentuais. Estamos falando o PIB do Brasil sendo 20% maior do que ele seria sem a reforma tributária, considerando só os retornos diretos”, explica. Em relação a possibilidade do retorno da CPMF repaginada e digital, a assessora especial do ministério da Economia, Wanessa Ganado, descarta elevação da carga. “Desde que entrei no poder, em todas as reuniões que participo o único discurso que de fato escuto do ministro Paulo Guedes é o de regressão de carga tributária, inclusivo considerando o crescimento econômico com uma reforma tributária mais ampla ou mais restritiva, com seus respectivos efeitos econômicos maiores ou menores”, afirma. O tema foi discutido na live da Bússola, os caminhos da reforma tributária.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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