Após a Lava Jato do Rio deflagrar a Operação E$quema S, que mira escritórios de advocacia investigados por suposta operacionalização de desvios de recursos do Sistema S fluminense (Sesc-RJ, Senac-RJ e Fecomércio-RJ), os comentaristas do 3 em 1, da Jovem Pan, analisaram as constatações do Ministério Público e da Polícia Federal diante de documentos que mostravam a transferência de valores, mas não comprovavam os serviços prestados pelos advogados. Entre os profissionais está o nome do advogado Cristiano Zanin, que faz a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, e Ana Tereza Basilio, que representa o governador afastado do Rio Wilson Witzel. Para Rodrigo Constantino, a operação desta quarta mostra que “a Lava Jato está viva e operando” e, segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes “tinha razão quando falou em passar a faca no sistema S. É preciso passar a faca no sistema S”.
“Metade do orçamento [do sistema S] ia para pagamento desses escritórios. Tudo leva a crer que era um esquema muito bem articulado, na ordem de R$ 150 milhões”, disse Constantino. Na avaliação dele, é preciso entender os limites da relação entre cliente e advogado. “Uma coisa é a relação cliente e advogado, outra coisa é cumplicidade. É uma região cinzenta e, claramente, esses advogados cobraram uma fortuna desses clientes, como Lula, e isso acende uma luz. Vale refletir até onde vão as salvaguardas [dos advogados] e onde começa o trabalho de cumplicidade entre eles”. Já Josias de Souza afirma que a Operação deflagrada com a autorização do juiz Marcelo Bretas revela “uma advocacia de fachada” e ressaltou ainda a participação de filhos de magistrados. Segundo ele, a operação atingiu “mais de duas dezenas de advogados e alguns vinculados a grandes nomes da política, como Ana Tereza, advogada de Witzel, Wassef, da ex-advogado e amigo da família Bolsonaro, mas esse caso também envolve nomes vinculados a ministros de tribunais de Brasília, como o filho do recém-empossado Humberto Martins do STJ”, disse.
O filho de um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) também está entre os supostos envolvidos no esquema que exerceria influência em decisões de tribunais. Josias ainda disse que “agora seria um bom momento para o ministro Paulo Guedes usar a sua faca”. Para Thaís Oyama, o ex-presidente da Fecomércio do Rio, Otávio Diniz, delator do caso “tem farta munição e era um dos pilares desse esquema”. “Essa operação é derivada de outra operação de 2018 que teve delação do ex-governador Cabral, que foi quem delatou o presidente da Fecomércio”, disse.
Assista à íntegra do 3 em 1 desta quarta-feira, 9:
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