Os baldes de água fria para quem esperava um retorno da normalidade pós quarentena na Europa continuam sendo dados diariamente. Os números de novas contaminações por Covid-19 estão acelerando de forma exponencial em diversos países, os governos tentam manter o tom de alerta sob controle e evitam falar em novos lockdowns generalizados — mas o clima é de apreensão. Na quarta-feira (9), a França registrou o segundo número mais alto de novos casos de coronavírus desde o início da pandemia com 8.500 contaminados. Na Espanha foram 8.866 casos em 24 horas com 34 mortes causadas pela doença.
No Reino Unido, onde os números também continuam subindo, o primeiro-ministro Boris Johnson fez um pronunciamento também na quarta. Ele confirmou as novas regras de distanciamento social que vão impedir encontros de grupos com mais de seis pessoas. A polícia terá poderes para dispersar as reuniões que não cumprirem as regras — que valem tanto para locais fechados quanto para o ar livre. Apenas algumas semanas atrás, Johnson dizia que seria possível voltar a algo bem próximo do que era a vida normal até o Natal. Faltou combinar com a Covid-19, porque agora ao que tudo indica as ceias das famílias britânicas serão bastante limitadas.
Em outra tentativa para evitar um lockdown generalizado, o governo de Londres quer ampliar ainda mais a capacidade de testes no país. Uma das primeiras recomendações da OMS nesta crise — testar, testar e testar — segue como regra de ouro. Johnson prometeu criar um sistema de testes rápidos que vai permitir que 500 mil análises por dia sejam feitas até o fim de outubro. O plano foi batizado de Operação Moonshot — Viagem à Lua, em tradução livre, que por si só já dimensiona o tamanho do desafio.
Os resultados dos testes devem ser divulgados em 20 minutos e custo foi estimado em 100 bilhões de libras — cerca de mais de R$ 700 bilhões. Isso nos leva a outro problema grave da pandemia mesmo nos países desenvolvidos, que é a fatura disso tudo. Por enquanto a prioridade é tentar controlar o vírus, proteger empregos, renda e evitar um novo lockdown. Até quando os países europeus terão fôlego financeiro para bancar a situação permanece uma incógnita.
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