A estudante Katarine Klitzke é um prodígio; ela cursa engenharia da computação, astrofísica e inteligência artificial no Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos. Com 19 anos, a jovem catarinense sonhava desde pequena em em estar nas melhores universidades do mundo. Mesmo sendo aluna do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica aqui no Brasil, ela passou por um longo processo seletivo para obter uma bolsa de estudos internacional. Mas o processo não foi nada fácil; Katarine conta que se inscreveu para as dez melhores universidades dos Estados Unidos, sendo aceita em apenas uma delas. “No começo eu tinha toda aquela grandiosidade, tudo era muito novo. Estava tudo novo, não sabia onde focar, mas depois comecei em um projeto de criar uma missão especial para Marte de curta duração para uma competição da Nasa”, afirma.
Assim como Katarine, a paulistana Lara Franciulli sempre teve interesse na área científica e em cursar uma faculdade no exterior. Em 2019, a jovem de 19 anos foi aprovada em Stanford nos EUA, integrando uma lista de 29 pessoas entre mais de 70 mil inscritos. “A minha principal motivação para estudar fora foi sempre trazer os aprendizados que eu teria no exterior para melhorar a realidade do nosso país quando eu voltasse. É muito incrível poder conhecer pessoas de vários lugares do mundo, ter uma relação próxima com os professores e também poder escolher aulas de áreas diferentes, como psicologia, ciência polícia e teologia, mesmo estando cursando ciência da computação”, diz a estudante.
E esses processos, que são difíceis, estão cada vez mais complicados, segundo a Fundação Estudar, que oferece cursos preparatórios específicos para o exterior. A entidade aponta que houve uma queda de 14% no número de brasileiros aprovados para universidades americanas entre 2017 e 2019. A supervisora dos cursos da fundação, Juliana Kagami vê o interesse dos jovens crescendo naturalmente, ainda mais tendo algumas referências que já tiveram essa experiência. “Uma demanda dos próprios jovens em começar a considerar essa opção de estudar fora, a gente tem uma bolsista nossa que estudou fora, a Tabata Amaral, e ela tem sido uma referência constante para os jovens que vêm procurar o programa”, explica. A pesquisa analisou os números relativos a quarenta instituições de ensino dos Estados Unidos. Por outro lado, do total de jovens que conseguiram embarcar para uma graduação no país nos últimos anos, 15% do total fizeram um curso preparatório.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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