O volume de serviços prestados subiu, na passagem de junho para julho, em quatro das cinco atividades investigadas pela Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No agregado, o volume de serviços prestados subiu 2,6% em julho ante junho. No entanto, em relação a julho do ano passado, a queda é de 11,9%, quinta taxa negativa seguida na comparação anual. No acumulado do ano, o recuo é de 8,9% e em doze meses, o volume de serviços caiu 4,5%. De acordo com o instituto, o destaque positivo fica para os serviços de informação e comunicação, que subiram 2,2% em julho na comparação com o mês anterior, acumulando crescimento de 6,3% em dois meses de alta.
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o movimento foi puxado pelos serviços de tecnologia da informação que, atingiram em julho o maior nível de atividade da série histórica, iniciada em 2012. “O avanço do setor foi puxado pelas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, que têm receitas de publicidade; e também pelos aplicativos e plataformas de videoconferência, que tiveram um ganho adicional durante a pandemia”, explica. Outro destaque foram os serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com alta de 2,3% ante junho. Segundo Lobo, essa atividade foi puxada pelos transportes de cargas, que viu uma alta da demanda com a recuperação da atividade industrial. No agregado, os serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio cresceram 14,4% entre maio e julho, ante um tombo de 25,2% no período entre março e abril. “Seja para atender os setores industrial ou de comércio para o transporte de mercadorias ou o de agronegócio, no transporte de grãos, o transporte rodoviário é o principal modal de deslocamento de produtos pelo país.”
Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (2,0%), que acumulam ganho de 4,0% em junho e julho e de outros serviços (3,0%), que acumula avanço de 10,5% em junho e julho. Em contrapartida, o único resultado negativo no período ficou com os serviços prestados às famílias (-3,9%), após avançar 12,2% entre maio e junho. Apesar disso, as atividades turísticas, agregadas, apresentaram alta de 4,8% ante junho. “Mesmo com a flexibilização do isolamento social, os serviços prestados às famílias mostram dificuldade de recuperação em função de sua característica presencial. Esse tipo de serviço vai demorar mais para se recuperar em função de sua essência (presencial)”, afirmou Lobo. Das 27 unidades da federação, 20 apresentaram alta nos serviços em julho, na comparação com junho. Os principais aumentos foram em São Paulo (1,6%) e Rio de Janeiro (3,3%), com destaque também para Rio Grande do Sul (3,5%) e Distrito Federal (5,2%), que têm peso menor no âmbito nacional. As maiores quedas foram no Ceará (-2,5%) e na Bahia (-0,9%).
Turismo
Os serviços de turismo cresceram 4,8% em julho, terceira taxa positiva seguida, acumulando alta de 36,1%. As perdas entre março e abril foram de 68,1%, devido impacto do isolamento social nas empresas de transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis, por exemplo. A expansão ocorreu em nove das 12 unidades da federação consideradas pelo IBGE. Os destaques foram São Paulo (5,4%) e Rio de Janeiro (11,5%), seguido por Pernambuco (18,9%), Minas Gerais (5,5%) e Distrito Federal (15,4%). As principais quedas ocorreram no Ceará (-23,0%) e em Santa Catarina (-4,8%). No acumulado do ano, as atividades turísticas caíram 37,9%. Na comparação com julho de 2019, a queda ficou em 56,1%, com diminuição nos 12 locais pesquisados. O recuo chegou a 57% em São Paulo, 46,3% no Rio de Janeiro, 52,2% em Minas Gerais, 72,7% na Bahia, 63,4% no Rio Grande do Sul e 54,8% no Paraná.
*Com Estadão Conteúdos e Agência Brasil
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