Segundo informações obtidas pela revista Crusoé, o empreiteiro Marcelo Odebrecht afirmou que o codinome “o amigo do amigo do meu pai” fazia referência a Dias Toffoli, quando ele era Advogado-Geral da União, cargo que ocupou de 2007 a 2009. De acordo com a publicação, os procuradores da Lava Jato viram em trocas de e-mails “o possível cometimento de fato penalmente relevante” por ele. As mensagens teriam chegado à Procuradoria-Geral da República, que não prosseguiu com as apurações. Um dos fatos apontados pelos e-mails seria o pagamento a um escritório de advocacia indicado por Toffoli para intermediar a relação com ele. Também seria comum o envio de presentes a Toffoli, além de uma atuação da Odebrecht para que o nome dele fosse aprovado pelo Senado ao STF, em 2009.
Outro acontecimento apontado pela revista é um jantar do ministro, em Brasília, com o irmão dele, José Ticiano Dias Toffoli, e o ex-executivo da OAS Léo Pinheiro. Então vice-prefeito de Marília, José Ticiano teria pedido uma verba para “comprar” a renúncia do então prefeito, Mário Bulgarelli, em troca de contratos com a OAS, que teria financiado uma reforma na casa do ministro.
Nos últimos dias, voltou a crescer, no Senado, a cobrança por investigação a supostas irregularidades cometidas por ministros do Supremo. Para o senador Eduardo Girão, do Podemos, a Casa falhou nesse aspecto. Integrantes do movimento Muda Senado, como o senador Jorge Kajuru, do Cidadania, têm questionado de forma recorrente o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, por ignorar pedidos pela CPI da Lava Toga e por impeachment de ministros do STF.
Hoje, o Senado tem pelo menos dezoito pedidos de impeachment protocolados contra ministros do Supremo. Dias Toffoli, que acaba de deixar a presidência do Tribunal, é quem acumula mais representações. Logo depois, vêm os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, nunca deu sinal de que poderia aceitar qualquer um dos pedidos.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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