Os quatro ex-policiais acusados pela morte de George Floyd devem culpar uns aos outros no julgamento do caso. A estratégia ficou clara durante uma audiência pré-julgamento nesta sexta-feira, em Minneapolis, cidade de Minnesota. Foi a primeira vez em que os quatro homens apareceram juntos desde a ação do dia 25 de maio, que levou à morte de George Floyd, um homem negro de 47 anos. O caso gerou revolta e motivou dezenas de milhares de protestos contra o racismo e a violência policial. Manifestantes também protestaram em frente ao tribunal na sexta-feira. Só um dos acusados continua preso: Derek Chauvin, que ficou ajoelhado no pescoço de Floyd por quase nove minutos e não parou quando o homem disse que não conseguia respirar. Chauvin enfrenta acusações de homicídio em segundo e terceiro grau, que correspondem ao homicídio doloso e culposo no Brasil, respectivamente.
Os outros três ex-policiais pagaram fiança e foram soltos. Thomas Lane, Alexander Kueng e Tou Thao são acusados de terem sido cúmplices de homicídio. Os advogados dos acusados querem que eles sejam julgados separadamente, mas o promotor responsável pelo caso disse que o julgamento deve ser um só, já que as provas são muito parecidas em todos os casos, e os quatro estavam juntos, conversando o tempo todo em que Floyd ficou no chão. Os advogados também tentam culpar os outros acusados pelo crime. Os defensores de dois dos acusados, por exemplo, argumentam que eles eram policiais iniciantes que apenas seguiram ordens de Chauvin. Já o advogado de Chauvin diz que esses outros dois homens chegaram à cena primeiro e acreditavam que Floyd estava tendo uma overdose.
O advogado da família de Floyd, Benjamin Crump, disse na saída do tribunal que a única overdose que matou Floyd foi uma overdose de força excessiva e racismo por parte do departamento de polícia de Minneapolis. A autópsia de George Floyd mostra que ele tinha, sim, níveis de drogas no organismo, como fentanil, usada para o tratamento de dores, e canabinoides, mas elas não causaram a morte de Floyd. De acordo com a autópsia, Floyd morreu por homicídio, com uma parada cardiorrespiratória agravada pela compressão do pescoço enquanto ele era imobilizado pelo policial.
Na sexta-feira, os Estados Unidos também lembraram o aniversário de 19 anos dos atentados do 11 de setembro, que mataram quase 3 mil pessoas no país. Os americanos fizeram cerimônias para homenagear as vítimas e os profissionais, os heróis que atuaram na tragédia e ajudaram.a salvar vidas. O presidente Trump não foi a Nova York, mas participou de uma cerimônia pela manhã na Pensilvânia, onde caiu um dos aviões sequestrados por terroristas em 11 de setembro de 2001. O vice-presidente Mike Pence participou da homenagem às vítimas do memorial do 11 de setembro em Nova York, assim como o candidato democrata Joe Biden, que na sexta-feira à tarde também visitou o estado da Pensilvânia.
*Com informações da repórter Mariana Janjácomo.
Compartilhe