Paulo Uebel, ex-secretário de desburocratização e gestão do Ministério da Economia, participou nesta segunda-feira (14) do programa Pânico e comentou sua saída da pasta. “Eu cumpri meu ciclo. Senti que já não estava demandando muito valor. A equipe estava organizada, os desafios estavam bem encaminhados e senti que tem um custo alto estar no governo. Minha família estava em Porto Alegre e eu precisava me deslocar ida e volta, eu ganhava X na mesma posição e um servidor de carreira ganhava o dobro. Então conversei com o Paulo Guedes e quando o Salim [Mattar] decidiu sair também, para evitar duas saídas, eu decidi sair junto para não dar muito desgaste ao governo. Estou tranquilo que as coisas vão continuar andando”, comentou.
Sobre os serviços no governo federal, Paulo explicou as mudanças que deixou como legado. “A parte de transformação digital foi uma das que mais avançou. Desde janeiro, foram mais de 900 serviços passados para o digital, e isso economiza mais de R$ 2 milhões por ano. Na prática, você não precisa se deslocar até repartições públicas para fazer pedidos de informação, certidão etc. Você consegue fazer pela internet. Até o final da gestão de Bolsonaro, a meta é que 100% dos serviços prestados pelo governo federal possam ser feitos de maneira digital. Isso é legado, quando você faz a transformação, não volta para trás”. De acordo com o ex-secretário, a burocracia no Brasil ‘se fez sozinha’ e isso é muito prejudicial para o país.
“Historicamente a burocracia deveria ser para proteger a sociedade de líderes ruins e autoritários, mas no Brasil ela foi crescendo e virando um fim em si mesma. Então hoje para você fazer qualquer coisa precisa pedir certidão, informações, e isso gera uma indústria da burocracia. Tem muita gente que lucra com ela. Uma das formas de combater a corrupção é reduzir a burocracia, simplificar processos, digitalizar processos e também eliminar processos”, completou. Ainda durante a conversa, Paulo Uebel disse que há muito espaço para o liberalismo no Brasil e que o governo ainda pode fazer muito pela economia.
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