Uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, obtida com exclusividade pelo programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 14, mostrou que 55,2% dos brasileiros são a favor da obrigatoriedade de tomar a vacina contra a Covid-19 assim que ela estiver disponível. 38,6% dos entrevistados se disseram contra, e 6,2% não sabe/não opinou. Dentre os que concordam, a maioria é do gênero masculino: 56,8% contra 53,7% das mulheres. A maioria das pessoas que concorda com a obrigatoriedade tem entre 16 e 24 anos (61,5%), seguido daqueles entre 25 e 34 anos (56,3%). O menor índice é entre as pessoas de 45 a 59 anos (53,3%). A maior parte que se mostrou a favor tem o Ensino Fundamental completo (57,5%), seguido do Ensino Médio (55,%). Além disso, são pessoas do Sul (57,4%) e Sudeste (55,1%) do País.
Ainda segundo o levantamento, mesmo se não forem obrigados, 61,2% dos brasileiros pretendem tomar a vacina. 26,9% responderam que “depende de qual país o imunizante será importado”, e apenas 8,7% disseram que não vão tomar. 3,2% não sabe/não opinou. Segundo o diretor presidente da Paraná Pesquisas, o que chamou mais atenção é o percentual de pessoas que aceitariam tomar a vacina, mas dependendo de qual país fosse. “Isso mostra a dúvida que as pessoas estão se vai ter efeito ou não, e quanto à credibilidade da vacina. É preocupante”, afirmou em entrevista ao Os Pingos nos Is.
Os homens são os mais propensos a aceitar tomar a vacina: 62,9%, enquanto as mulheres são 59,7%. Já entre os que pretendem escolher dependendo do país, as mulheres são maioria: 27,5% contra 26,3% dos homens. O maior número de pessoas que não deseja tomar está no Sul, 10%, seguido do Nordeste 8,9%. As pessoas entre 45 e 59 anos são as que mais se importam de qual país a vacina será importada, 29,9%, enquanto as de 16 a 24 anos são as que menos levam isso em consideração (23,4%).
Vacinas
O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorintchteyn, afirmou que a Coronavac, parceria entre o Instituto Butantan e a Sinovac, está com o seu cronograma mantido e, até o momento, se provou segura. “Na fase 2 ela se mostrou bastante segura, com efeitos colaterais pequenos, A programação é que tenhamos 9 mil voluntários até 30 de setembro, com segunda dose até 15 de outubro, e até novembro devemos ter resultados de estudo, e vacinas disponíveis a partir de dezembro. Com segurança e eficácia comprovadas”, disse.
Já o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que acredita que a paralisação dos testes da vacina de Oxford, que já foram retomados após uma intercorrência no Reino Unido, não vai atrapalhar o cronograma previsto de prazos. “Foi uma parada rápida, o sistema funcionou prontamente, a análise do caso foi conclusiva e com rapidez. Acredito que o planejamento, em termos de prazo, não deva sofrer atraso significativo”, disse. Ele também afirmou esperar uma vacina contra a Covid-19 para os primeiros meses de 2021, mas evitou falar em datas.
O presidente Jair Bolsonaro já se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina. Segundo ele, se um projeto de lei proposto pela Câmara dos Deputados que quer obrigar as pessoas a tomar a vacina contra o coronavírus for aprovado, ele vai vetar. Bolsonaro disse que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina” e afirmou que a intenção é que o procedimento seja feito de forma segura, e com aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, após passar por todos os testes. “Tem gente que apoia que a vacina seja aplicada de forma coercitiva, na lei não está escrito isso. A lei diz que poderão ser adotadas tais medidas. Quando eu falei que ninguém podia obrigar ninguém a tomar vacina é porque temos que passar por testes”, disse.
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