O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta terça-feira (15), nas redes sociais, um vídeo em que afirma ter desistido do programa Renda Brasil, que substituiria o Bolsa Família. Ainda na declaração, o presidente afirmou que ‘quem propôr medidas de tirar dos pobres para dar as paupérrismo irá ganhar cartão vermelho’. O tema foi discutido entre os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan. Para Rodrigo Constantino, o aviso pode ser para o secretário Especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que no último domingo deu uma entrevista adiantando que parte da área econômica apoiava o ‘congelamento’ de benefícios previdenciários.
“O Paulo Guedes condenou o papel de uma parte da imprensa, acho que está no papel de dar a manchete como quiser, mas é obvio que não ajuda. Fica num clima de intriga quando o destaque vai por esse caminho, ‘congelar o benefício dos deficientes pobres e aposentados’ e existe um embate natural entre economia e política. Desde a época de eleição era vendido assim ‘meu ministro da economia entende de economia, eu entendo de política’. Eu acho que é isso que a gente tá vendo, mas num governo que trata isso de maneira transparente e pública”, disse. “Além disso, existe a possibilidade de algum tipo de ruído. O presidente pode ter ficado numa situação política mais complicada e ter jogado a batata quente no colo de alguém do Ministério da Economia e aí vai ter que produzir algum tipo de bode expiatório, falam do secretário Waldery. O cartão vermelho não era para o ministro Paulo Guedes, que se mostrou que é duro na queda”, concluiu.
Josias de Souza, no entanto, discorda quanto ao ministro e vê seu prestígio diminuindo. “O prestígio do liberalismo de Paulo Guedes, que vinha diminuindo há algum tempo, encolheu um pouco mais, hoje cabe numa caixa de fósforo. O Renda Brasil, um Bolsa Família bolsonarista, foi declarado morto antes de nascer e a causa mortis foi excesso de esperteza do presidente e excesso de improvisação dos seus auxiliares. Errar é humano, mas escolher o erro cuidadosa e meticulosamente aí só mesmo o ‘Posto Ipiranga’”, analisou. Para Thais Oyama, o cancelamento do programa mostra o lado candidato do presidente. “Bolsonaro fez isso justamente para não ter a imagem arranhada nesse momento, porque ele está encarnando o presidente bonzinho. Nessa qualidade, ele não pode tirar a aposentadoria dos pensionistas, não pode cortar o abono salarial, ele não pode fazer nada de mal e alguém que ousa propôr algo nesse sentido leva cartão vermelho, não tem coração. Então é o Bolsonaro pai do povo, é isso que ele é agora.”
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