Reino Unido estuda ‘circuit breaker’ na saúde para tentar conter segunda onda da Covid-19

A segunda onda de contaminações por Covid-19 na Europa está cada vez mais clara. As estatísticas da doença tem dobrado a cada 7 ou 8 dias e o ritmo acelerado de proliferação do coronavírus indica que novas medidas de distanciamento social serão inevitáveis. A Organização Mundial da Saúde alertou para a gravidade da situação que está se desenrolando neste momento. O diretor regional da OMS para o continente, Hans Kluge, ressaltou que foram 300 mil novos casos da doença na Europa só na semana passada. A marca já é maior que o registrado no pior momento de março, quando a pandemia atingia seu primeiro pico.

Outros sinais importantes são os aumentos nas internações em países como Espanha e França — o que também indica uma deterioração. Kluge lembrou que os países europeus conseguiram controlar momentaneamente o coronavírus com os lockdowns e que novas ações serão necessárias agora para conseguir colocar as estatísticas no lugar certo agora. No Reino Unido o governo já estuda novas medidas nacionais para tentar segurar as novas contaminações. O país já registra cerca de 3,5 mil casos de Covid-19 por dia — mas as hospitalizações e mortes pela doença seguem em patamar baixo.

De acordo com a BBC, o governo conservador estuda a possibilidade de anunciar medidas que seriam uma espécie de circuit breaker. Assim como na Bolsa de Valores, as ações seriam pontuais e rápidas — com duração de apenas algumas semanas — para estancar o problema. A ideia é restringir o horário de funcionamento de bares e restaurantes com uma espécie de toque de recolher. Escritórios e escolas devem permanecer abertos por enquanto.

O Reino Unido já tem uma série de medidas restritivas decretadas em diversas partes do país. A quarentena regionalizada foi decretada em grandes cidades como Birmingham, Manchester e Newcastle. Em Londres ainda não foram adotadas novas restrições, mas a cidade segue longe da vida normal. O centro financeiro da cidade permanece praticamente vazio com a maioria dos escritórios operando apenas com uma fração de funcionários. A cada dia fica mais claro que o ano de 2020 já está perdido — resta esperar para que 2021, com uma eventual vacina, possa trazer perspectivas melhores.

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