O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 13, que o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, confirmou que os medicamentos hidroxicloroquina e ivermectina, ambos sem comprovação científica, poderão ser comprados com receita simples nas farmácias, ou seja, não será mais necessária a retenção da receita no local da compra. Ele voltou a dizer que o remédio foi eficaz no seu caso e que, depois de 12 horas diagnosticado com a Covid-19, “ficou curado sem problema nenhum”. Bolsonaro mostrou uma caixa de cloroquina e defendeu o medicamento, mas ponderou que é preciso ter prescrição médica para o uso. “Para comprar isso aqui (medicamento) precisava da prescrição médica. Ainda precisa (de receita), porque é tarja vermelha. Só que criou-se, naquela época, para evitar a compra para fazer negócio, revender ou fazer estoque em casa, começou a faltar a hidroxicloroquina.. A Anvisa tomou uma decisão que precisava de uma receita com dupla via, com retenção. (Ainda) vai precisar da receita”, disse.
Bolsonaro ainda citou os mais de 10 ministros que se infectaram e tomaram cloroquina, além de mais de 100 funcionários do Palácio do Planalto. “Quase todo mundo tomou cloroquina e não morreu ninguém. Se não fosse o médico receitar por fora, muitas doenças estariam sem cura até o momento”, afirmou. Segundo ele, o governo tem mais de quatro milhões de comprimidos em estoque. Apesar do montante, o consumo anual de hidroxicloroquina para outras doenças, como malária, lúpus e artrite, é de três milhões de comprimidos ao ano. Por isso, nada será jogado fora. “Se cada pessoa que queria tomar fizer isso com a receita médica dá para 700, 800 mil doses”, observou.
Teto de gastos
Em resposta aos comentaristas do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que a reunião feita ontem com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi em parte “pelo exagero da mídia em falar da debandada do Ministério da Economia e de que ele estaria contra as privatizações”. Na terça-feira, dois secretários deixaram a pasta: o de Desestatizações, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Paulo Uebel. “Tem estatais deficitárias e um dos objetivos ao privatizar é não deixar que continue em governos onde grande parte são usadas por sindicatos ou partido. Tem estatal que o serviço prestado pode ser por uma empresa privada. Mas algumas te que manter, como a Casa da Moeda”, afirmou.
Sobre a reunião com Maia e Alcolumbre, o presidente disse que “não ficou planamente satisfeito”, mas que “foi um grande passo”. “Acalmou o mercado, o Brasil está em uma situação privilegiada em relação a outras países que viveram a Covid-19. Temos um dinheiro que entra no mercado, que vem do auxílio e FGTS e é uma maneira de manter o corpo vivo, mas o comércio precisa abrir”.
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