Incertezas externas e ‘nova CPMF’ causam instabilidade no Ibovespa

A instabilidade voltou a marcar o pregão do Ibovespa nesta quarta-feira (23), assim como nesta terça-feira (22). Apesar de alguns indicadores reforçarem retomada na Europa, o quadro ainda é de bastante incerteza mundo afora. Dentre essas incertezas estão o temor em relação ao avanço de casos de coronavírus no continente, o que pode requerer novos estímulos, e o impasse nas negociações do tão esperado pacote fiscal nos Estados Unidos. Às 11h05 de hoje, o índice da Bolsa de São Paulo cedia 0,13%, operando aos 97.162,69 pontos.

Apesar da alta do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras cedem na faixa de 0,50%, diante do desconforto de investidores em relação à suspensão de venda de refinaria da empresa pelo STJ, que gera insegurança jurídica. As privatizações estão sendo analisadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após as Mesas do Senado e da Câmara dos Deputados pedirem que esses desinvestimentos sejam previamente avaliados no Congresso. O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, ontem, também causa reflexos. Houve avaliação negativa na mídia internacional. Alguns periódicos, como o britânico The Guardian e o argentino Clarín, usaram dados oficiais para rebater o que disse o presidente brasileiro sobre a pandemia de coronavírus e as queimadas no país.

Um outro assunto que incomoda é a perspectiva de apresentação por líderes do governo de proposta de criação de um tributo de transações digitais com cobrança semelhante à extinta CPMF. Relatos são de que o governo estaria construindo esse entendimento com os parlamentares. O assunto ainda pode acentuar a já tumultuada relação entre o governo e o Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sempre se manifestou contrário à criação de tributo. Além disso, o setor de e-commerce, que tem se destacado no período de pandemia de Covid-19, tende a reclamar, o que pode pesar nas ações.

*Com Estadão Conteúdo

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