A disposição de Jair Bolsonaro de respeitar o teto de gastos diminui na proporção direta do crescimento de sua popularidade. No momento, o presidente cultiva duas obsessões: quer criar o Renda Brasil, que é o irmão mais gordo do Bolsa Família, e quer colocar em pé o plano de obras Pró Brasil, que é um primo pobre do programa de aceleração do crescimento, o velho PAC. Ironicamente, a agenda populista de Bolsonaro tem um perigoso aroma petista. O melhor desemprenho relativo na pesquisa de popularidade foi observado no Nordeste, velha cidadela do PT, ali a rejeição despencou 17%, de 52% a 35%, e aprovação subiu seis pontos, de 27% a 33%. A constatação de que o eleitorado pobre avalia o governo com o bolso leva o presidente Bolsonaro a se perguntar “qual o problema de furar o teto?”, nas palavras do presidente, o mercado tem que dar um tempinho, ser um pouquinho patriótico. O patriotismo quando escorado no déficit público, costuma virar ruína econômica.
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