Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump voltou a falar sobre uma possível fraude na eleição marcada para o dia 3 de novembro. Na última quarta-feira, 23, o republicano afirmou que a corrida para o posto de líder da nação deverá terminar na Suprema Corte e que por isso é importante ter o quadro completo de nove magistrados, de modo que não haja risco de um empate caso o máximo tribunal do país tenha que decidir o destino da votação. “Acho que isso vai acabar na Suprema Corte e acho que é muito importante termos nove juízes”, disse quando questionado se um quadro completo de juízes era necessário para lidar com uma eventual contestação do resultado – ele disputa a Presidência com o democrata Joe Biden.
Em um evento na Casa Branca, Trump voltou a lançar dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, dizendo – sem apresentar provas – que a ampliação do voto pelo correio por causa da pandemia da Covid-19 levaria à fraude. “Esse golpe que os democratas estão dando será levado ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, e acho que ter uma situação de quatro a quatro não é uma boa”, afirmou. Ele também se recusou a confirmar que está comprometido com uma transição pacífica de poder caso seja derrotado. “Vamos ter que ver o que vai acontecer”, disse. A hipótese de que a Suprema Corte defina o resultado da eleição pode se concretizar se o resultado da votação em algum dos Estados do país não for reconhecido por um dos partidos. Foi o que aconteceu na eleição presidencial de 2000, quando a Suprema Corte encerrou a disputa na última hora, em 14 de dezembro, ao determinar a suspensão da recontagem na Flórida, dando a vitória ao republicano George W. Bush sobre o democrata Al Gore. Com os votos da Flórida, Bush garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral.Por lei, os Estados dos EUA têm até 8 de dezembro para resolver as disputas locais em torno do resultado das votações, seis dias antes da votação formal no Colégio Eleitoral, em 14 de dezembro
Trump está trabalhando para indicar rapidamente o substituto da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, que morreu na semana passada, e os republicanos no Senado disseram que podem votar para confirmar o indicado do presidente antes da eleição. Isso selaria uma maioria conservadora de 6 a 3 na corte. Ainda ontem, o presidente americano disse que o senador Lindsey Graham, que preside a Comissão de Justiça do Senado, nem mesmo teria que realizar uma audiência para sabatinar o candidato e que o processo será rápido.
Na terça-feira, um dia depois de se encontrar com Amy Coney Barrett, juíza do Sétimo Tribunal Distrital de Apelações dos EUA, em Chicago, Trump informou pelo Twitter que anunciará a indicação para a Suprema Corte no sábado. Católica conservadora, Barrett é considerada a favorita dele e movimento antiaborto para ocupar a vaga. Ela faz parte de uma comunidade religiosa chamada “People of Praise”, que já foi comparada ao romance de Margaret Atwood “The Handmaid’s Tale” (“O Conto da Aia”), no qual as mulheres são completamente obedientes aos homens. Trump já nomeou dois conservadores para os cargos vitalícios no tribunal, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh. As nomeações para a Suprema Corte exigem confirmação do Senado, onde os republicanos detêm 53 dos 100 assentos. (Com agências internacionais).
*Com informações do Estadão Conteúdo
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