Ernesto Araújo rebate críticas sobre visita de Pompeo: ‘Não serviu de palanque eleitoral’

Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo negou que a visita de Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, a Roraima serviu de plataforma eleitoral para o presidente Donald Trump, que tenta a reeleição em novembro. Rebatendo as críticas, Araújo afirmou que o encontro teve como finalidade discutir com o chanceler a imigração venezuelana na região. “Foi dito, e talvez seja uma das críticas principais à visita do secretário Mike Pompeo, que ela foi uma plataforma eleitoral para as eleições de novembro nos EUA. Bem, não é assim. Um dos elementos que mostra que não é assim é que existe nos Estados Unidos uma grande convergência entre republicanos e democratas sobre a situação na Venezuela”, disse Araújo, nesta quinta-feira, 24.

A visita, que ocorre em meio à campanha presidencial nos EUA, foi alvo de críticas de parlamentares, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou que a conduta do governo brasileiro no episódio não “condiz com a boa prática diplomática internacional” e afronta as políticas brasileiras externa e de defesa. Nas três horas em que esteve em Boa Vista, ao lado de Araújo, Pompeo conheceu as instalações da Operação Acolhida, que recebe imigrantes venezuelanos, e endureceu o discurso contra o presidente Nicolás Maduro, a quem chamou de “narcotraficante”.

Araújo, no entanto, argumentou que há uma “grande convergência” entre republicanos e democratas nos EUA sobre como se posicionar em relação à Venezuela – o país e o Brasil estão entre as nações que não reconhecem o governo de Maduro e consideram o opositor Juan Guaidó como presidente. Para o chanceler brasileiro, “tudo indica” que a posição dos EUA em relação à Venezuela e ao governo Maduro não mudará com uma eventual vitória da oposição, cujo candidato é o democrata Joe Biden. “Não faz muito sentido pensar nisso como uma plataforma eleitoral, já que não há diferença substantiva entre posição de republicanos e democratas em relação à Venezuela. Ou seja, tudo indica que, se houver uma vitória democrata nas eleições de novembro, a atitude norte-americana para a Venezuela continuará exatamente a mesma”, disse Araújo.

Assim, o chanceler disse que uma vitória de Biden não deve mudar a situação entre Estados Unidos e Venezuela. “Não é fato que a proximidade do Brasil seja com Trump, e não com os EUA. Isso é uma interpretação, um direito da senhora, mas é ao contrário. Tudo o que estamos fazendo com os EUA tenho certeza que é de interesse permanente para os dois países. Um governo democrata, provavelmente, manteria esse mesmo enfoque, a menos que queiram trabalhar contra os seus próprios interesses, que tenho certeza que não seria o caso”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

 

 

 

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