Constantino: ‘É indecoroso o aumento aos procuradores promovido pela AGU’

Após a Advocacia-Geral da União (AGU) conceder – de uma só vez – promoção a 607 procuradores federais apenas três semanas depois de o governo apresentar a proposta de reforma administrativa, os comentaristas do 3 em 1, da Jovem Pan, analisaram a decisão, que já foi suspensa pela própria AGU. Para Rodrigo Constantino, o aumento é “indecoroso”. Dos 607 procuradores federais, 606 foram alçados ao topo da carreira com salários acima de R$ 27 mil. “Cerca de 92% deles [servidores da AGU] já estão no topo da carreira e, numa talagada só, tentou-se promover os 607 procuradores federais em um momento com desemprego, brasileiros recebendo o auxílio emergencial e as pessoas do setor privado que pagam os impostos sem saber se terão emprego ou não”.

Na opinião de Constantino, o Brasil “vive, de fato, uma luta de classes, mas não entre é capital e trabalho, mas sim com os consumidores dos impostos que vivem em um Brasil paralelo. Isso não é razoável. Há servidores que trabalham sério e tem também a turma que se beneficia e muito dessas condições. Os grandes privilegiados estão no Judiciário e é onde menos se mexe. Nem a Lava Jato avançou nessa área. Existe uma casta que vive em outro Brasil, sem pandemia, sem desemprego”, avaliou. Thaís Oyama concorda com as declarações de Constantino, mas esclarece: “A AGU não tem nada a ver com Judiciário, é um órgão do Executivo”. Ela também comentou o recente aumento os policiais e bombeiros do Distrito Federal, aprovado com o aval do Congresso.

“Essa MP foi uma iniciativa do executivo e aprovada no Congresso e vai desmoralizar aquele acordo feito no projeto de lei de socorro aos Estados que não permitia aumento aos servidores públicos até o final de 2021. Essa maracutaia de agora foi aprovada um pouco antes do presidente sancionar o projeto de auxilio aos estados e municípios. Vai ficar cada vez mais difícil para o governo sustentar que a reforma administrativa veio para cortar privilégios”, disse. Para Josias de Souza, “espanta o silêncio do ministro Paulo Guedes e do presidente” sobre o assunto. “Esse mino da promoção transformou a corporação em uma tribo esquista com 92% de caciques. É como se o órgão quisesse demonstrar na pratica a importância da reforma administrativa. Espanta o aval do presidente à essa excrescência que, em termos fiscais, é uma irresponsabilidade”, avaliou.

Assista à íntegra do 3 em 1 desta quinta-feira, 24:

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