Sem expectativa de volta às aulas, Flávio Dino desiste de assinaturas da Carta Capital

A Secretaria Estadual de Educação do Maranhão, comandado pelo governador Flávio Dino (PDCdoB), desistiu de comprar as assinaturas da revista Carta Capital que seriam destinadas a bibliotecas de escolas públicas do estado. A secretaria autorizou as despesas em agosto deste ano, mas voltou atrás diante da falta de justificativas para o gasto, no momento em que a pandemia da Covid-19 mantém alunos e professores fora das unidades de ensino. Em comunicado, a pasta disse que “lançou a compra com a  expectativa da volta as aulas presenciais, que não se concretizaram e, por isso, cancelaria a aquisição”.

O valor firmado entre o governo e a Editora Confiança previa a compra de 1.472 assinaturas, a R$ 671.984,40, 10% a mais do que o contrato anterior, feito em  30 de abril de 2019, com um valor total de R$  600.576, sendo R$ 408 reais por assinatura. Uma comissão chegou a ser instalada para fiscalizar a compra, conforme publicado no Diário Oficial do Estado em 3 de setembro. De acordo com Dino, “a compra pretendia contribuir para a formação de estudantes, com conteúdos que poderiam abranger os mais variados aspectos da vida em sociedade, como mundo, opinião, diversidade e economia”.

Nas duas compras, a publicação dizia apenas que será para atender as escolas da rede pública do Maranhão. A denúncia foi feita no programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Ambas as negociações foram feitas com dispensa de licitação, através de contratação direta. No período de vigência da primeira compra, a Carta Capital deu generoso destaque às ações do governador, inclusive colocando-o como capa da revista na edição de agosto de 2019, pouco tempo depois da assinatura do primeiro contrato. A reportagem, que tem como título: “Comunista, cristão e paraíba: descubra o governador Flávio Dino”, diz, entre outros elogios, que Dino “simboliza as mudanças políticas experimentadas pelo Nordeste na última década”.

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