Tom Hanks afirmou que teve que pagar, do próprio bolso, pela gravação de algumas cenas do filme “Forrest Gump – O Contador de Histórias” (1994), protagonizado por ele, porque o estúdio Paramount não acreditava que o projeto fosse rentável. Em entrevista ao programa “In Depth With Graham Bensinger” exibida nesta semana, Hanks contou que, apesar de o diretor Robert Zemeckis já ser conhecido em Hollywood por filmes como “De Volta para o Futuro” (1985) e “Uma Cilada para Roger Rabbit” (1988), os produtores de “Forrest Gump” se recusaram a financiar algumas cenas, como a sequência em que o protagonista cruza, correndo, os Estados Unidos.
“Ele disse: ‘Vai custar esta quantidade de dólares. Vamos dividir os gastos. Damos o dinheiro para a Paramount, mas depois terão que nos dar uma porcentagem maior nos lucros’. Não era barato, mas eu disse ‘ok”, relatou o ator sobre uma conversa que teve com Zemeckis na época, sobre a sequência da corrida, que marca a passagem de três anos da vida do personagem principal e mostra diversos pontos turísticos dos Estados Unidos. Apesar de alto, o investimento foi extremamente lucrativo, já que o filme foi um sucesso de bilheteria e rendeu a Hanks cerca de US$ 65 milhões.
Segundo o ator, para outra cena, que não foi especificada, ele e o diretor tiveram que tirar dinheiro de suas economias para pagar pelo seguro de gravação, já que as condições meteorológicas não eram favoráveis, e o estúdio se recusou a arcar com os gastos. Também sobre o filme, Hanks lembrou que teve problemas para interiorizar seu personagem, motivo pelo qual todas as cenas gravadas durante os três primeiros dias de trabalho tiveram que ser repetidas. “Bob (Zemeckis) me disse: ‘Sei o que você está tentando fazer, Entendo o quanto isso pode te deixar nervoso e contido até a gente pegar o ritmo, mas não vamos usar nada que foi feito nesses três primeiros dias porque você ainda não encontrou o personagem”, disse.
A comédia dramática, baseada no livro “Forrest Gump” (1986), de Winston Groom, reconta fatos marcantes da história e da política dos Estados Unidos, como os governos de John Kennedy e Lyndon Johnson, a guerra do Vietnã e o escândalo de Watergate durante a adminsitração de Richard Nixon, tudo através da perspectiva de Forrest, um homem com alto QI nascido no Alabama, um dos estados mais conservadores do país, e que busca reencontrar seu amor da adolescência. Além de ser um sucesso de público, o filme também foi aclamado pela crítica e conquistou seis Oscars em 1995, entre eles os de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. “Forrest Gump” também faturou o Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator de Filme Dramático, Melhor Filme Dramático e Melhor Diretor.
*Com EFE
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