Os senadores defendem projeto que garanta voto aberto na próxima eleição para presidência da Casa em fevereiro de 2021. O documento já tem 22 assinaturas físicas e virtuais e os parlamentares querem a mudança no regimento do Senado. O debate surge com a possibilidade de Davi Alcolumbre tentar a reeleição, mecanismo que dependeria de manobra interna. Na semana passada, lideres do PT e PDT declararam apoio ao novo mandato do presidente da Casa. Kátia Abreu vem capitaneando debate e quer um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) se o assunto é ou não do parlamento. Já o senador Lasier Martins protocolou pedido para o voto aberto. “Nós estamos vivendo momentos muito difíceis no Senado Federal por falta de espírito democrático em um parlamento da relevância do Senado. Por exemplo, nós queremos o voto aberto na eleição de fevereiro para presidência do Senado, onde o Sr. Davi Alcolumbre, contra a Constituição, está fazendo incontáveis articulações para concorrer à reeleição, o que é vedado”, afirma. Para Lasier Martins, o voto secreto para presidência da Casa leva a atos nada republicanos como barganhas secretas.
Em pronunciamento no senado, Kátia Abreu nega que os parlamentares estejam tentando “rasgar a Constituição”. “Pelo tom de algumas falas presentes, parece que nós estamos tentando engolir, rasgar ou queimar a Constituição Federal. Não é isso o pretendido, eu penso, pelos 81 senadores. Então não cabe aqui, não tem o direito, nenhum de nós acusar os demais de estar descumprindo a Constituição Federal porque todos nós sabemos que isso não é possível. Nós vivemos uma democracia, nós temos três poderes, temos o Supremo Tribunal Federal para decidir as causas que aqueles que se sentem ofendidos pela Justiça. Essa Casa é uma Casa política”, reforça. Apesar da declaração de Kátia Abreu, uma consultoria do Senado já deu parecer contra a possibilidade de reeleição de Davi Alcolumbre. No entanto, defensores de um novo mandato tentam um posicionamento do STF. Em nota, o atual presidente do Senado declara que cabe aos parlamentares discutir sobre a controvérsia. Em caso de decisão favorável a Davi Alcolumbre haverá jurisprudência para Rodrigo Maia tentar a reeleição na Câmara dos Deputados.
*Com informações da repórter Caterina Achutti
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