O dólar comercial fechou encerrou a sessão desta terça-feira, 29, vendido a R$ 5,64, com variação de 0,14%. A moeda chegou a bater R$ 5,68, mas desacelerou e fechou próxima da estabilidade. Esse é o maior valor de fechamento desde o dia 20 de maio, quando bateu R$ 5,689. Já o Ibovespa, índice da Bolsa de Valores brasileira, sofreu queda de 1,15%, aos 93.580 pontos. O mercado financeiro ainda está digerindo as notícias a respeito do uso de recursos de precatórios em um possível novo programa de renda do governo, o Renda Cidadã, avalia Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti. Segundo ela, “tanto as quedas como as altas tiveram influência de mudanças de recomendações por analistas para as empresas”.
“O Ibovespa chegou até a trabalhar no positivo na abertura, com rumores de que o plano seria revisto, mas logo depois, o relator da PEC do pacto federativo, Márcio Bittar, confirmou que a proposta não será alterada e tem o aval de Bolsonaro“, afirma Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, sobre a bolsa de hoje. “Diante do crescente risco fiscal, os juros futuros voltaram a disparar e já precificam 50% de chance de alta da Selic na próxima reunião do Copom, em 28 de outubro. Isso é muito pouco provável, mas revela o nível de estresse do mercado e a preocupação com o rumo da economia, sem falar da contabilidade criativa utilizada para financiar gastos públicos que revive antigos fantasmas”, completou.
O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, afirmou que a alta do dólar e a queda da bolsa são um alerta do mercado. Segundo ele, os investidores deram “um sinal muito claro” sobre a proposta de usar parte de recursos de precatórios para custear o futuro programa social. Para o secretário, a sugestão do governo de usar parte dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e de precatórios não representa redução de gastos, mas uma postergação de pagamento.
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