Operação Tempus Veritatis revela preocupações sobre possível omissão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica em relação à tentativa de golpe articulado no governo Bolsonaro.
O relatório que fundamentou a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), trouxe à tona a necessidade de investigar se o comandante do Exército, Freire Gomes, e o da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior, foram omissos diante da tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
A investigação se desdobra a partir do relato de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que apontou a sinalização de adesão ao eventual golpe por parte do comandante da Marinha, Almir Garnier, único dos três comandantes alvo direto da operação. Contudo, a PF sugere que a postura de Baptista Junior e de Freire Gomes pode indicar omissão.
O documento, obtido pelo blog da Andréia Sadi, destaca: “Os elementos colhidos, até o presente momento, indicam que teriam resistido às investidas do grupo golpista. No entanto, considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta omissiva por omissão pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes“.
A Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro, visa apurar uma tentativa de golpe articulada dentro do governo Bolsonaro, envolvendo 16 militares como alvos da investigação.
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