Atuação de Lindolfo Alves Neto, ligado à CPI das Fake News, e de Alexandre Mendes, ex-gestor hospitalar com histórico de irregularidades, acende alerta sobre interesses ocultos e possível corrupção em contratos públicos.
Investigações recentes expõem uma rede de interesses que ameaça a integridade dos contratos de saúde pública em Pernambuco e no Estado de Sergipe. No centro dessa trama está Lindolfo Alves Neto, figura conhecida por sua atuação na CPI das Fake News contra a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Considerado peça-chave na articulação de estratégias digitais e políticas, Lindolfo é apontado por especialistas como um operador de bastidores que mobiliza atores e estruturas para avançar agendas privadas sob o manto do interesse público.
Outro personagem que compõe esse cenário é Alexandre Mendes, conhecido como Xande. Ex-gestor de hospitais em Guarulhos e da Santa Casa de São Bernardo do Campo, sua administração é marcada por pagamentos superiores a R$ 40 milhões, enquanto fornecedores deixaram de receber pelos serviços prestados. As denúncias reforçam suspeitas de má gestão de recursos públicos e possível envolvimento em práticas ilícitas.
Alexandre Mendes também surge como sócio oculto da Irmandade Boituva, uma entidade sem comprovação de capacidade técnica, que assumiu a gestão do Hospital da Criança, em Sergipe. A entrada da instituição em um contrato sensível como esse, sem a devida qualificação, levanta questionamentos sobre a legalidade do processo e a qualidade da assistência à população.
Fontes apontam que Lindolfo Alves Neto tem buscado expandir sua influência no setor de saúde por meio de parcerias com organizações sociais e operadores políticos. A estratégia envolveria o uso de sua articulação com redes digitais e figuras públicas para abrir caminho a contratos vantajosos com recursos públicos — especialmente em Pernambuco e Sergipe. A suposta ligação com Alexandre Mendes e entidades como a Irmandade Boituva alimenta a tese de uma atuação coordenada para explorar brechas nos sistemas de contratação da saúde.
Diante da gravidade das suspeitas, autoridades estaduais e federais intensificaram a apuração dos fatos. A Secretaria de Saúde de Pernambuco, embora ainda não tenha emitido nota oficial, sinaliza que qualquer indício de irregularidade será investigado com rigor. Nos bastidores, há preocupação com os desdobramentos dessas possíveis alianças e com o uso da saúde pública como moeda de troca entre interesses escusos.
O caso traz à tona um problema recorrente na política brasileira: a interseção entre agentes públicos, empresários e estratégias digitais para manipular a opinião pública e favorecer esquemas de desvio de finalidade. As conexões entre disseminadores de desinformação e gestores de contratos públicos reforçam o alerta sobre a urgência de maior transparência e controle social.
A investigação ainda está em curso, mas já revela a complexidade de uma rede de influência que, se confirmada, pode comprometer o funcionamento de serviços essenciais e violar o princípio da moralidade na administração pública. Enquanto isso, os olhos da sociedade civil e das instituições seguem atentos às próximas movimentações.
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