Diligências da Polícia Federal concluíram que a delação de Antonio Palocci, sobre um esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, não possui provas e que a maior parte das informações dadas pelo antigo aliado petista foi retirada de notícias vinculadas na imprensa. O ex-ministro de Lula prestou os depoimentos após fechar um acordo de delação premiada com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Segundo o relatório da PF, todas as afirmações de Palocci foram desmentidas ao longo da investigação e por depoimento de outras testemunhas.
O inquérito sob responsabilidade do delegado Marcelo Feres Daher foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) na semana passada sem indiciar nenhum dos acusados. Segundo Palocci, em 2011, André Esteves começou a operar um esquema de lavagem de dinheiro em favorecimento de Lula, com apoio do então ministro da Fazenda, Guido Mantega. A ação, inciada em 2009, envolvia a ocultação de valores recebidos pelo petista em contas no banco com nome de terceiros. Em troca, o banqueiro receberia informações privilegiadas sobre corte de juros do Banco Central.
A movimentação dos valores, segundo a delação, eram feitas através do Fundo Bintang, usando o nome de laranjas para ocultar o real destinatário. A delação aponta que a prova do esquema foi o lucro de 400% do fundo em setembro de 2011, após os gestores terem sido avisados por Mantega de que o Comitê de Política Monetária (Copom) daria inicio ao curte da taxa Selic, que até então vinha em alta. A reunião do colegiado do Banco Central ocorreu no fim de agosto daquele ano. Segundo Palocci, ainda em 2011, o banqueiro havia se proposto chefiar o caixa de R$ 300 milhões que a empreiteira Odebrecht havia destinado ao ex-presidente petista por vantagens em contratos. A conta também seria aberta no BTG sob o nome de terceiros.
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