A União Europeia subiu o tom contra o governo de Belarus e já emitiu sinais de alerta para o presidente russo Vladimir Putin. A situação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, está cada vez mais delicada depois das denúncias de fraude nas eleições do país. A pressão das ruas não dá sinais de que irá enfraquecer tão cedo e os vizinhos se mobilizam para pressionar o último ditador da Europa.
O presidente do conselho europeu, Charles Michel, convocou reunião de cúpula entre os chefes de estado do bloco. Eles irão se encontrar por videoconferência na quarta-feira (19) para reafirmar que ingerências exteriores não serão toleradas em Belarus. Os líderes europeus querem uma transição democrática para o país que enfrenta manifestações há mais de uma semana. Letônia, Lituânia e Polônia têm mantido postura firme contra o governo de Lukashenko.
A reunião vai servir para respaldar a posição e deixar claro que o continente não irá aceitar um desfecho como o da Ucrânia em 2014. A situação desta vez parece diferente: Vladimir Putin chegou a prometer apoio, inclusive militar, para Lukashenko. Mas a distinção é que as manifestações em Minsk e outras cidades do país têm um viés claro contra o líder que está no poder há 26 anos. Não se trata de uma mobilização pró-Europa, como ocorreu na Ucrânia, que se antagoniza claramente com os interesses de Moscou — por isso a análise é de que Putin não deve intervir de maneira tão drástica em Belarus. O que também deixa incerto o futuro do país neste momento.
Lukashenko insiste que não deixará o poder, mas a pressão popular continua com paralisações de trabalhadores e manifestações nas ruas. As acusações de fraude eleitoral repercutiram ao redor do mundo e a pressão dos vizinhos continua crescendo. A repressão contra os manifestantes arrefeceu, o que foi considerado um passo na direção certa pelos europeus. Por enquanto, todos os interessados no desfecho desta crise falam em uma solução pacífica e democrática para Belarus.
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