TCE-MT diz que conselheiro que foi preso depois de jogar quase R$ 500 mil em cheques já pode se aposentar


Waldir Teis tem mais de 33 anos de atuação e com isso estaria apto a se aposentar. Ele foi preso no início de julho e solto pouco mais de um mês depois. Waldir Teis está afastado do cargo
TCE-MT/Assessoria
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu nesta terça-feira (25) a averbação de serviço do conselheiro afastado, Waldir Teis, atestando que ele tem 33 anos de serviços prestados. Com isso, já estaria apto a se aposentar. O documento havia sido solicitado por ele em abril deste ano, mas só foi publicado agora no Diário Oficial de Contas.
“Trata-se de Certidão de Tempo de Contribuição – CTC expedida em 31.03.2020 pelo Instituto Nacional do Seguro Social – apresentada pelo conselheiro Waldir Júlio Teis, para fins de registro e averbação do efetivo exercício, de tempo de contribuição de 12.283 dias, correspondentes a 33 anos, 7 meses e 28dias”, diz trecho da publicação.
Com isso, Teis já pode ingressar com pedido de aposentadoria, o que, segundo a assessoria do TCE, ainda não foi feito.
Prisão
Waldir Teis foi preso no dia 1º de julho por tentar prejudicar o trabalho da Polícia Federal durante uma operação no escritório dele no mês de junho.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, revogou a prisão preventiva do conselheiro no dia 4 de agosto.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o conselheiro desce 16 andares de escada para se livrar de quase R$ 500 mil em cheques durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no escritório dele, em Cuiabá, durante a 16ª fase da Operação Ararath, no dia 17 de junho.
Investigação
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o conselheiro – que é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi denunciado pela conduta que levou à prisão preventiva no dia 1º de julho.
A prisão foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STF), órgão ao qual o MPF remeteu a denúncia contra o conselheiro.
Sobre a denúncia do MPF, o advogado de Waldir informou que, de fato, ele tentou esconder os cheques e que a atitude foi impensada.
Operação Ararath
A Operação Ararath investiga, desde 2013, a prática de crimes de corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e organização criminosa por conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.
Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia.

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