“Eles são tretados, mesmo. Não se falam”. Foi desta maneira que Vampeta definiu a atual relação entre Edmundo e Vanderlei Luxemburgo. Na próxima edição do “Pergunte ao Vampeta”, programa semanal do Grupo Jovem Pan que vai ao ar toda sexta-feira, às 18h (de Brasília), o pentacampeão mundial abriu o jogo sobre a briga entre o ex-jogador e o treinador. Questionado se era verdade que ambos haviam cortado relações por causa da entrega de dois cheques sem fundo por parte de Luxa ao Animal, o Velho Vamp foi sincero. “É verdade”, respondeu. “Só que o Luxemburgo pegava dinheiro de alguns jogadores, aplicava e dava muito mais dinheiro que o banco. E ele pagou todo mundo. Teve um momento em que não tinha mais dinheiro para poder dar os juros necessários, e ele devolveu o dinheiro ao Edmundo. Só que o Edmundo queria os juros. Naquele momento, o Vanderlei não tinha e deixou dois cheques. O Edmundo depositou e teve esse negócio dos cheques (serem sem fundo) mesmo. Só que o Edmundo ganhou muita, mas muita grana com o Luxemburgo”, afirmou Vampeta.
A confusão começou em 2006, ano em que Edmundo fez uma cobrança judicial relativa a dois cheques que recebeu de Luxemburgo, cada um no valor de R$ 200 mil. O ex-jogador alegou que não havia fundos. Luxa, no entanto, garante que pagou a quantia, mas que não tinha o recibo para comprovar. O treinador foi condenado a pagar R$ 1,9 milhão ao Animal em 2011, e o caso se arrastou nos tribunais até 2015, quando as duas partes chegaram a um acordo. O valor, na ocasião, estaria corrigido em R$ 2,841 milhões, mas Edmundo aceitou receber R$ 2,35 milhões de Luxemburgo em dez parcelas.
Em entrevista em janeiro, o treinador admitiu que ainda guarda mágoas do ex-jogador. “Só não quero conversa com um jogador. Claro que é o Edmundo. Esse, eu não quero conversa. Ele segue a vida dele, e eu sigo a minha. Eu perdi para ele na justiça da Terra, mas a justiça divina sabe que eu tinha razão em tudo aquilo que eu falei. Todo mundo sabe que eu tinha razão naquilo lá e que não devia nenhum dinheiro para ele, mas ele achou por bem me cobrar na Justiça. Eu perdi porque não tinha o documento. Fiquei triste. Você não pode chamar de pai uma pessoa e depois entrar na Justiça sem direito a nada”, afirmou.
Na ocasião, Luxemburgo explicou que havia orientado Edmundo, Djalminha e Edílson Capetinha a investir em um negócio de um amigo dele. No entanto, a pessoa passou por um problema familiar e “quebrou”, inviabilizando o investimento. Luxa, apesar disso, garante ter devolvido aos três jogadores o que cada um deles havia aplicado. “A situação foi a seguinte: tinha o Edílson, o Djalminha e o Edmundo. Como eu os orientava, tinha uma ‘factory’ de um amigo meu no Paraná… Pegava o dinheiro, aplicava o juro todo mês”, iniciou. “Eu era o responsável pelas aplicações deles, porque fui eu que indiquei. O que eu fiz? Fui lá e paguei ao Edmundo aquilo que ele aplicou. Me senti na obrigação de pagar o que o meu amigo não pôde. E o cheque de garantia era meu. Eu nem tinha mais conta no banco quando o Edmundo entrou na Justiça para poder cobrar aquilo lá. Só lamento que eu não tive defesa. Perdi na Justiça. As pessoas me sacaneiam até hoje por causa disso aí”, lamentou.
Edmundo, por sua vez, tem versão diferente da do treinador. Em 2015, logo depois da audiência que terminou com o acordo entre as partes, o ex-jogador afirmou: “(Luxemburgo) insistia em dizer que já tinha pago, quando ainda existia a pendência. Isso me deixou muito chateado porque parece que eu estava errado na história. É melhor um péssimo acordo do que uma boa briga. Eu sempre o tive como o melhor treinador da minha carreira. O mais importante foi o Antônio Lopes, que me deu a primeira chance, mas ele foi o mais capacitado. Eu o tinha como um pai, enfim… Ele se sentiu traído quando soube da ação e ficou um período distante, mas não desgosto dele nem mudo minha opinião por causa de um problema particular. Enfim, vida que segue, mas longe de estar em paz”.
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