A ditadura chinesa, seguidora do marxismo, manteve-se isolada do mundo durante séculos, sempre passando uma falsa imagem de país pacífico. Pouco se aventurou no estrangeiro, pois tinha a certeza de superioridade cultural e ideológica perante todas as outras nações. Só que, agora, as coisas mudaram. Os chineses atualmente travam uma verdadeira “guerra fria 2.0” com os americanos, e a pergunta que fica é a seguinte: O que mudou? Por que a China paz e amor não existe mais? Este artigo busca explicar isso. Para responder a essa pergunta, é preciso compreender um pouco da história deles. Entendam uma coisa: nenhum outro país do ocidente evoluiu de tribo para Estado tão rápido. Mesmo trancafiada em seus domínios territoriais, chegou a produzir, em 1820, mais de 30% do PIB mundial, algo maior que o Produto Interno Bruto da Europa Ocidental, da Europa Continental e dos Estados Unidos juntos. A China não se envolveu com outros países de igual para igual, justamente por nunca ter encontrado uma nação com culturas e preceitos comparáveis. Era uma espécie de lei da natureza, um pensamento central dos governos chineses.
Durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial, forças comunistas e nacionalistas disputavam o poder. O fim do embate foi marcado pela vitória dos comunistas e pela consequente chegada de Mao Tse Tung ao governo. O ditador fechou o país, buscou acelerar a industrialização urbana e fomentou uma ampla reforma agrária, o que acabou trazendo resultados extremamente insatisfatórios e ampliou a pobreza. Após a morte de Mao, gigantescas mudanças foram notadas. Todas elas ligadas aos efeitos da era Deng Xiaoping (1979-1989), que abriu o país, promovendo participações em instituições internacionais, privatizações de empresas estatais e alianças com países do Ocidente. Sem contar a política educacional rígida, baseada nos valores confucionistas de retificação. O resultado? Um crescimento por 30 anos seguidos, com taxa média de 12% ao ano.
Em todo esse período de crescimento, vimos uma China buscando não desafiar diretamente os Estados Unidos. O foco era a colaboração. Até que sua ascendência diminuiu, e nos anos anteriores, seu crescimento passou a quase metade do que era. Essa é grande razão da mudança de postura. Os chineses compreenderam que, para serem a maior potência econômica do planeta, precisam vencer os Estados Unidos. Conhecido como grande exportador de produtos de tecnologia e bens de consumo industrial com alto valor agregado, o país declarou “guerra fria” aos americanos, logo após Donald Trump anunciar uma série de barreiras tarifárias aos produtos provenientes da China. O que denota o total rompimento da ascensão pacífica do país e um olhar atento do mundo a esses fatos. Diante dessa nova realidade do governo chinês, que ignora as leis de comércio internacional, buscando romper acordos e impor suas normas de mercado, empresários americanos se queixam do roubo de segredos comerciais do país, da transferência forçada de tecnologia e de subsídios às empresas chinesas, impossibilitando a competição entre eles. Mas a “questão chinesa”, se assim podemos denominá-la, vai além. Recentemente, a nação foi responsabilizada pelos Estados Unidos de esconder a real situação sobre o coronavírus e sua capacidade de transmissão; em contrapartida, está na corrida para ver quem lança a primeira vacina contra a Covid-19, que será disponibilizada para o mundo, como forma de tentar tapar o sol com a peneira.
A verdade nessa história toda é uma só: não há como confiarmos em nada que venha da China. Uma ditadura que controla desde o exército e o legislativo, passando pela imprensa e a internet, não transmite nenhum tipo de credibilidade. Pelo contrário, quanto maior for sua ascensão a nível mundial, mais preocupações serão trazidas. O que nos resta saber apenas é até onde vai (e se existe) o limite deles para conquistarem seus objetivos. Fiquemos atentos. Acabou a China paz e amor.
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