Segundo Polícia Civil, suspeitos entravam com ações, e advogados do grupo representavam tanto autor quanto réu. Vítimas eram idosos e pessoas já falecidas.
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta quarta-feira (17), advogados e empresários suspeitos de fraudes na execução de títulos extrajudiciais de grande valor no Tribunal de Justiça do DF. Ao todo, foram identificadas 25 ações fraudulentas no DF e uma no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).
De acordo com as investigações, o grupo entrava com ações na Justiça, usando procurações, comprovantes de residência e notas promissórias falsos. Nessas ações, os suspeitos cobravam entre R$ 500 mil a R$ 100 milhões das vítimas — geralmente, eram idosas ou já falecidas — por dívidas que não existiam.
Ainda segundo os investigadores, os advogados do suposto grupo criminoso representavam tanto as vítimas quanto os autores das ações. Dessa forma, em conluio, eles simulavam um acordo, que não era cumprido, já que as vítimas não sabiam da existência da ação judicial.
Em seguida, por causa do descumprimento, a Polícia Civil aponta que uma conta bancária do réu era indicada para que houvesse o bloqueio dos valores. O dinheiro era transferido para a conta de um dos advogados do grupo e, depois, para a conta de diversas outras pessoas, dificultando o rastreio dos valores.
Agentes também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Seropédica (RJ).
A Polícia Civil aponta que os alvos são investigados por crimes contra a administração da Justiça, estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O TJDFT afirma que identificou as fraudes e encaminhou todas as informações à polícia. Em nota, a Corte disse ainda que o inquérito tramita em segredo de Justiça.
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