A publicitária Carolina Santos já estava de malas prontas para viajar para a formatura de duas grandes amigas quando veio a pandemia da Covid-19 — e o que era para ser diversão, virou dor de cabeça. “Virou o caos completo, tudo foi cancelado. Na época, cancelei também a passagem e foi prometido que eu poderia remarcar para dois trechos nacionais. Como minha família mora em Porto Alegre, achei que seria ótimo até para uma emergência, porque foi um valor bem alto. Só que na hora de remarcar não foi isso que aconteceu”, contou.
Foram diversas tentativas de remarcação, sempre negadas pela agência de viagens. Os R$1.102 pagos também não foram devolvidos e, após a terceira tentativa de um acordo amigável, ela acionou o Procon. Segundo um levantamento feito pelo Procon de São Paulo, até o último dia 4 de setembro o órgão recebeu quase 16 mil pedidos de ajuda: 38% deles são de consumidores que não conseguiram o reembolso ou a remarcação de viagens. No topo das reclamações estão as agências. De janeiro à agosto deste ano foram 12.958 reclamações, contra 2.847 no mesmo período do ano passado. Em segundo lugar estão as companhias aéreas.
“Com prolongamento da pandemia, isso começou a comprometer financeiramente algumas dessa empresas e elas adotaram uma postura menos receptiva. Elas se fecharam para judicializar os problemas. Todo mundo vai ter que perder um pouco, porque se não se todos quiserem ganhar como se não houvesse pandemia as empresas vão quebrar. Por isso tem que ter uma ponderação dos valores.” Ainda segundo o diretor, o órgão está tomando todas as medidas cabíveis dentro da lei que regulamenta as remarcações de eventos e viagens publicada no mês de junho.
*Com informações da repórter Hanna Beltrão
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