Alcolumbre não comenta discurso de Bolsonaro e diz que Congresso quer dar respostas à destruição das florestas

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), evitou comentar o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 22, mas afirmou que o Congresso está focado em dar respostas à destruição das florestas. Além disso, há pressão para criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o tema. “Se ele fez esse discurso, eu não acompanhei. Eu sei que nós estamos fazendo e todo dia lutando para dar respostas de proteção das nossas florestas e respeitando a legislação brasileira”, declarou o Alcolumbre ao chegar no Senado.

Discurso

Na fala, Bolsonaro afirmou que os incêndios no Pantanal e na Amazônia são usados numa “brutal campanha de desinformação” com o objetivo de atacar o governo. Segundo ele, há um movimento para descreditar o Brasil porque o país está se tornando o líder mundial em produção de alimentos, e a “campanha” é “escorada em interesses escusos” e tem o apoio de associações brasileiras que querem “prejudicar o governo”. “A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”, continuou. “Mantenho política de tolerância zero com crime ambiental”, garantiu o presidente. O Senado criou uma comissão externa para acompanhar a situação do Pantanal.

Bolsonaro reconheceu que há queimadas na Amazônia e no Pantanal, mas que o fogo acontece nas áreas marginais das florestas. “Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo para o anterior”, explicou, dizendo que “os focos criminosos de incêndio são combatidos com rigor”. “Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”, continuou. Ele ressaltou que a agropecuária brasileira trabalhou para “alimentar o mundo” na pandemia da Covid-19. “Nosso agronegócio continua pujante e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”, afirmou, destacando que apenas 27% do território brasileiro é utilizado para a agropecuária.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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