Biden pede que republicanos não aprovem nome à Suprema Corte antes da eleição

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu neste domingo, 20, para que os senadores republicanos coloquem o país antes do partido e não confirmem nenhuma indicação à Suprema Corte feita pelo presidente, Donald Trump, antes das eleições do dia 3 de novembro. “Não sou ingênuo. Não me dirijo a Trump, que fará o que quiser, nem a Mitch McConnel (líder da maioria republicana no Senado), que fará o que quiser. Falo com os republicanos que estão lá, os senadores republicanos que, no fundo, sabem o que é bom para o país, e não só para o partido”, declarou. A juíza de linha progressista Ruth Bader Ginsburg morreu na sexta-feira passada, aos 87 anos, deixando uma vaga aberta na Suprema Corte, que é composta por nove juízes, até então formada por cinco conservadores e quatro progressistas.

Trump anunciou no sábado a intenção de indicar um substituto na próxima semana e que possivelmente será uma mulher, após McConnell prometer que levaria o nome a uma votação. Biden, que falou da associação National Constitution Center, na Filadélfia, pediu para que os republicanos no Senado sigam as suas consciências. “Não votem para confirmar ninguém nomeado sob estas circunstâncias criadas por Trump e pelo senador McConnell, não vão por aí”, pediu o ex-vice-presidente. O candidato democrata criticou McConnell por bloquear a votação do Senado em 2016 sobre o juiz Merrick Garland, que foi nomeado pelo então presidente Barack Obama, meses antes da eleição daquele ano. “Naquela época, McConnell inventou uma regra baseada em ficção que não deveria haver nenhuma indicação para o tribunal em ano eleitoral. É ridículo”, argumentou.

Biden, que era vice-presidente de Obama, disse que mesmo que Trump apresente um candidato à Suprema Corte, o Senado não deveria agir “até que o povo americano eleja o próximo presidente, o próximo Congresso e o próximo Senado”. Além disso, Biden se dirigiu aos eleitores americanos e vinculou a pandemia de Covid-19, até agora a grande questão da campanha eleitoral, à vaga na Suprema Corte. “Enquanto eu falo, estamos ultrapassando 200 mil mortes por este vírus, dezenas de milhões de americanos estão desempregados, a saúde neste país está em jogo neste tribunal. E agora, em um movimento político abrupto, este presidente e o líder republicano decidiram forçar uma nomeação vitalícia para a Suprema Corte dos EUA no Senado. Essa é a última coisa que precisamos agora”, criticou.

Biden destacou que “Donald Trump está na Suprema Corte tentando tirar a cobertura de saúde de dezenas de milhares de famílias, para tirar a paz de espírito de mais de 100 milhões de americanos com doenças anteriores”. “Se ele vencer, discriminarão ou retirarçao toda a cobertura de pessoas com doenças anteriores como asma, diabetes, câncer e muitos outros problemas. E, talvez, o mais cruel de tudo, se Trump ganhar, eles tirarão (a cobertura) por complicações da Covid-19”, denunciou. O democrata estava se referindo ao Affordable Care Act, também conhecido como Obamacare, que o governo Trump quer eliminar. Ao longo dos anos, os republicanos abriram diversos processos contra vários aspectos da legislação. Em nova promessa de campanha, Biden afirmou que, se for eleito, nomeará uma mulher negra como sucessora de Ginsburg, mas que só o fará após consultar democratas e republicanos.

*Com informações da Agência EFE

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