Alexei Navalny, líder opositor russo, está respirando sem a ajuda de aparelhos e já consegue se levantar da cama, comunicou nesta segunda-feira, 14, a equipe médica do hospital Charité, em Berlim, para onde o político foi transferido no dia 22 de agosto após ter sido envenenado durante um voo interno na Rússia. O estado clínico do político “melhorou” e, além de já respirar sozinho, ele também começou a fazer exercícios para melhorar a mobilidade e não precisa ficar o tempo todo na cama, segundo o sexto boletim médico sobre Navalny emitido por um dos maiores hospitais universitários da Europa.
Alguns dias depois da internação de Navalny, o Charité comunicou que os exames realizados pelo hospital indicavam que o opositor russo havia sido envenenado, hipótese confirmada por especialistas do exército alemão, que identificaram a presença de uma substância tóxica do grupo Novichok. Fontes do governo alemão afirmaram, nesta segunda-feira, que laboratórios da Suécia e da França, que estavam colaborando com as investigações do caso, também corroboraram esses resultados.
O governo alemão reportou o caso à Organização para a Proibição de Armas Químicas, que também está realizando os exames pertinentes em seus próprios laboratórios. De acordo com um comunicado emitido pelo porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, o país analisa os próximos passos a serem seguidos junto com os parceiros europeus. Navalny passou mal durante um voo entre a Sibéria e Moscou, que teve que fazer um pouso forçado de emergência em Omsk, onde o político recebeu os primeiros cuidados, em um hospital local.
Os médicos russos que atenderam o político garantiram não ter encontrado indícios de envenenamento e afirmaram que o caso estava relacionado a problemas no metabolismo de Navalny. Posteriormente, a pedido da família e de colaboradores, e com a autorização do governo alemão, Navalny foi transferido para o hospital Charité, em Berlim. Apesar de a transferência do político ter sido realizada em caráter privado, o governo da Alemanha assumiu parte da responsabilidade sobre o caso desde que o resultado dos exames feitos pelo laboratório do exército alemão foram divulgados. O envenenamento de Navalny gerou tensões diplomáticas entre Berlim e Moscou, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, exigiu que o governo russo esclareça a suposta “tentativa de assassinato por envenenamento” do líder da oposição. Desde que chegou a Berlim, Navalny está sob proteção policial, e a equipe foi reforçada depois que o político saiu do estado de coma em que se encontrava.
*Com informações da Agência EFE
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