O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 4, que já conversou com associações e donos de supermercados para tentar baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica, que sofreram aumento devido à pandemia da Covid-19. Segundo o presidente, que viajou para Registro, interior de São Paulo, a sua intenção não é dar “canetada em lugar nenhum”, nem interferir na área econômica. “Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados”, disse. “Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí… estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, afirmou. Nos últimos 12 meses, o preço da cesta básica em São Paulo (a mais cara do país) aumentou 12,15%.
Na mesma conversa, Bolsonaro indicou que tem receio do risco de inflação. “Não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum… porque veio o auxílio emergencial, o pessoal começou a gastar um pouco mais, muito papel na praça, a inflação vem”, declarou. “A melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, dar canetada, não dá certo”, ponderou na sequência.
Devido a liberação do auxílio emergencial e a falta de circulação de valores por conta do fechamento do comércio em meio à pandemia, o Banco Central criou uma nova nota de R$ 200. Pelas contas do BC, será necessário a impressão de R$ 105,9 bilhões para suprir a demanda gerada pela crise da Covid-19. Antes, a Casa da Moeda estava programa da imprimir R$ 64 bilhões em dinheiro-vivo. “Em abril, o Banco Central criou um estoque de segurança e antecipou a encomenda de cédulas para a Casa da Moeda. Seria preciso o maior volume financeiro no menor espaço de tempo, e a confecção desses valores em notas de R$ 100 não seria factível”, afirmou Carolina de Assis Barros, diretora de administração do BC.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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