O bombeiro militar da reserva Athos Camargo, de 50 anos, foi o primeiro da fila para conseguir a nova cédula de R$ 200, com o lobo-guará, na sede do Banco Central, em Brasília. Embora a troca só tivesse sido permitida a partir das 14h desta quarta-feira (2), ele chegou no BC ainda pela manhã, por volta de 10h. Colecionador há 35 anos, Camargo estava curioso em relação ao tamanho da nova cédula (o mesmo da nota de R$ 20) e a cor (cinza e sépia são as cores dominantes). Ele trocou duas cédulas de R$ 200 para ele e mais dez para outros colecionadores, para quem ele enviaria o dinheiro pelos Correios. “Não colecionamos para formar patrimônio, mas pelo prazer mesmo. O valor está muito relacionado ao estado da cédula. Se tiver dobras e amassados, o valor cai dez vezes”, afirmou.
No mundo dos colecionadores, a nova nota de R$ 200, apesar de ter o maior valor nominal da família do real, está longe de ser o dinheiro brasileiro mais valioso do mercado. De acordo com o diretor social e de divulgação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB), Bruno Pellizzari, a peça brasileira mais cara da história foi vendida em um leilão nos EUA em 2014 por US$ 500 mil. É uma moeda de 6.400 réis feita para a coroação de Dom Pedro I. Foram cunhadas apenas 64 peças, porque o imperador não gostou da estampa. Dezesseis dessas moedas são conhecidas hoje, a grande maioria em museus. No Museu de Valores do Banco Central, em Brasília, estão duas delas.
Mas não basta ser antiga para que uma moeda ou cédula conquiste uma alta cotação nesse mercado. “O principal critério de valor é a tiragem. Se a peça teve uma tiragem baixa, o valor tende a ser maior. O estado de conservação também pesa muito. Além disso, como acontece com qualquer ativo, o interesse do mercado valoriza a peça”, explica Pellizzari. Por isso, o segundo da fila, disse que vai guardar com todo o cuidado uma das novas cédulas de R$ 200 para a coleção que está montando. Segundo ele, houve uma “identificação” com a cédula. “Moro em Guará (região administrativa do Distrito Federal), tem tudo a ver, né?”. O nome da região tem, como origem, o Córrego Guará, sendo batizado em homenagem ao lobo-guará, espécie comum no Planalto Central.
*Com Estadão Conteúdo
Compartilhe